O dia 1 de Maio, em Moçambique, para nada mais serve do que o desfile colectivo da nossa imbecilidade. Trabalhadores esqueléticos, munidos de cartazes com palavras de ordem, repetem até à náusea pedidos que os empregadores sistematicamente ignoram. É assim de ano para ano. O Governo ouve e aplaude. Aliás, ouvia e aplaudia a marcha dos enteados da pátria.
  Hoje, é tudo diferente. Não há pachorra, diz o Governo do altar da sua  ausência, que já não tem estômago para participar na farsa. Ou seja, de  que adianta reivindicar algo a que não se está disposto a incentivar? O  que traz de novo a marcha? O que melhora na vida do trabalhador  moçambicano? Ela faz, como num passe de mágica, que o orçamento da sua  empresa seja maioritariamente consumido pelos seus salários como na  Assembleia da República, por exemplo?
  Que é que se faz na marcha? Pensa-se? Trata-se das injustiças  laborais com palavras de ordem? Obtém-se um aumento de salário com  coreografia decorada? Resolve-se algum conflito com as goelas  escancaradas? Ou, pelo contrário, fomenta-se a irracionalidade?
  			                                                         
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