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terça-feira, 28 de agosto de 2012

@Verdade online: De recluso à empreendedor

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De recluso à empreendedor
Aug 27th 2012, 15:06

Depois de ter ficado preso nas celas da Penitenciária da cidade de Nampula, localizada na zona da barragem, durante dois anos, Rui António, de 25 anos de idade, vulgarmente conhecido por "Awilo", decidiu realizar pequenos negócios que, aos poucos, vai ganhando dinheiro,com o qual consegue comprar comida para alimentar os seus três filhos.

Inicialmente, Rui António revendia nas ruas da cidade produtos que adquiria nos estabelecimentos comerciais existentes e com o aumento de um pequeno valor conseguia convencer os clientes para apreciarem os seus produtos. E assim iam passando os dias, ganhando pão sem, no entanto, roubar os outros que de igual modo sacrificavam-se na tentativa de arranjar o seu auto-sustento.

A actividade de revendedor de produtos das lojas exerceu durante um ano e depois de amealhar um valor que considerou razoável, entendeu abrir uma oficina de produção de ceifas. Este trabalho, de acordo com ele, aprendeu enquanto recluso da Penitenciária da cidade de Nampula, onde para além de fabricar ceifas, os reclusos eram submetidos às aulas teóricas e práticas sobre a necessidade de quando estiverem livres profissionalizarem vários ofícios.

Trata-se de políticas introduzidas pelo governo visando, essencialmente, distanciar a camada mais jovem na realização de actos ilícitos em detrimento de trabalhos produtivos que trazem benefícios à sociedade, além de tentar desencorajar a prática de actos de criminalidade, situação que está a registar-se em todas as regiões do país com maior envolvimento dos jovens alegadamente por estarem desempregados.

Como surgiu a iniciativa de empreender

O nosso entrevistado deu a conhecer que depois de ter cumprido a sua pena de dois anos, decidiu não envolver-se em actos que destroem a dignidade humana, sobretudo, os jovens considerados os pilares de desenvolvimento do nosso país. "Desde que saí das celas nunca mais desejei prejudicar outras pessoas, arrancando os seus bens que conquistam com muito suor, empenho, dedicação. E, em algum momento, parei para me questionar, será que eu não sou capaz construir o meu próprio futuro de uma forma mais justa? Foi daí que comecei a revender nas ruas da cidade produtos diversificados, nomeadamente, brinquedos e vestuários para crianças, relógios de mão, entre outros objectos que achava que facilmente eram comprados na praça", disse a fonte, referindo que começou o seu trabalho com apenas 450 meticais, valor que havia pedido por emprestado a um amigo de infância.

Ele disse, ainda, que volvido um ano decidiu implementar na prática as aulas que recebera nas celas da Penitenciária. Foi quando abriu a oficina de produção de ceifas, actividade que começou a desenvolver com o seu irmão mais novo. Actualmente, conta com mais de cinco pessoas (familiares) que trabalham na mesma oficina e que, igualmente, serve de escola de ofícios onde aprendem a profissão de produzir um material para a sua posterior venda, ganhando algum valor para suportar as despesas escolares. Segundo o proprietário (empreendedor) da referida oficina, consegue fabricar pelo menos cinquenta ceifas, num investimento estimado em mais de 500 meticais, sendo que em termos de lucros obtêm 250 meticais.

Desenvolvimento da vida pessoal

Rui António, ou simplesmente "Awilo", disse que a actividade que realizada sobre a produção e venda de ceifas trouxe-lhe resultados de desenvolvimento da sua vida bastante satisfatórios. Por exemplo, referiu-se da construção de uma residência própria que está coberta de chapas de zinco, onde reside com a sua família, composta pela esposa, três filhos, e cinco sobrinhos. Realçou, igualmente, o facto de estar a conseguir sustentar a sua família com ganhos que adquire com sacrifício, com um trabalho digno e sem constrangimentos que outrora terá sido provocado por pessoas alheias.

A instalação da oficina de produção de ceifas na sua casa, trouxe-lhe, também, resultados que considera de positivos, por exemplo, o jovem de apenas 25 anos que está regenerado e reinserido na sociedade, pretende já tornar-se um empresário. E para o efeito, pretende aumentar os níveis de produção e alargar os horizontes no que diz respeito ao mercado para a venda dos seus produtos. Aliás, a fonte revelou a nossa reportagem que tem enfrentado sérios problemas que relacionam com a falta de mercados para absorção dos seus produtos, visto que atinge quantidades de produção e que não consegue vender num espaço de tempo para assegurar os lucros. "Passamos a vender 200 ceifas durante três dias, facto que impede-nos de nos produzir mais sob pena de ficar muito tempo sem clientela", sublinhou aquele cidadão que se afirma conquistador do seu dia-a-dia, embora esteja a enfrentar desafios que por vezes obrigam-lhe a pensar em desistir, "mas não há sucesso sem luta", acredita.

Oportunidades de financiamento do seu projecto

O jovem de 25 anos de idade, natural da cidade portuária de Nacala, disse que nunca beneficiou de nenhuma oportunidade de financiamento do seu projecto por parte das entidades do Governo que trabalham em prol do desenvolvimento de iniciativas juvenis que contribuem no incremento da economia do país, além do melhoramento das condições de vida das respectivas comunidades.

Acrescentou que caso possa receber quaisquer apoios do Governo, pretende melhorar a sua actividade, comprando ferramentas de trabalho que no mercado local custam valores avultados cujo investimento está longe das suas capacidades financeiras. Sabe-se que, actualmente, o governo dispõe de muitos meios de financiamento de projectos que propiciam o desenvolvimento das comunidades e geração de rendimento para as famílias.

Trata-se do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo "sete milhões", Pro-Jovem, Fundo de Desenvolvimento Urbano (para o combate a pobreza nas cidades municipais), Fundo de Apoio das Iniciativas Juvenis (FAIJ), entre outros. Importa destacar que o jovem Rui António, de 25 anos de idade realiza os seus trabalhos na zona do Demo, bairro de Namutequeliua, arredores da cidade de Nampula.

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