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quinta-feira, 30 de março de 2017

Membro da Renamo raptado e assassinado em Tete

Mais um membro da Renamo foi assassinado a tiros, na semana finda, no distrito de Tsangano, província de Tete, supostamente por elementos do partido no poder, acusou o delegado político provincial do maior partido da oposição em Moçambique, Félix Assumade. Em 2006, pelo menos oito elementos desta formação polícia foram mortos na mesma província, em Nampula, na Zambézia e em Maputo.

Trata-se de João Abrão Djamissone e residia na localidade de Mapange. Ele foi raptado na sua própria caca, na noite de 23 de Março corrente, disse Félix Assumade.

A vítima era chefe da organização distrital da Renamo. Antes de ser levada para a zona de Nhadola, onde foi amarrada e enterrada, os alegados membros da Frelimo festejaram a sua neutralização e preferiram várias ameaças de morte.

Consta que João Abrão foi submetido a uma série de sevícias a ponto de implorar pela vida, o que foi literalmente ignorado pelos ofensores.

Leonel Muchina, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete, confirmou a ocorrência e disse que o crime está sob investigação com vista a neutralização e responsabilização dos autores.

Este ano, é a primeira vez que há relatos, publicamente, sobre o assassinato de um quadro da “Perdiz”.

É nona vítima e nenhum suspeito detido

No ano passado, vários membros da Renamo foram eliminados a tiros, na sua maioria em plena luz do dia. João Abrão perfaz a nona vítima e nenhum dos anteriores casos foi esclarecido e publicamente não se sabe em que ponto está o processo de investigação.

A 02 de Novembro passado, um outro membro da “Perdiz”, de nome Abílio Baessa, escapou da morte após ser ferido a tiro, no distrito de Mocuba, província da Zambézia, acção alegadamente perpetrada por pessoas desconhecidas.

A vítima é docente e já desempenhou funções de director provincial adjunto do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) na Zambézia. Mas a 30 de Outubro passado, Juma Ramos, também da Renamo e chefe desta bancada na Assembleia Provincial de Sofala, foi morto em casa, na cidade da Beira (Sofala).

A 27 do mesmo mês, outro membro influente da Renamo, identificado pelo nome de Luciano Augusto, foi crivado de balas na sua casa, no distrito em Gúruè, província da Zambézia.

A 22 de Setembro passado, o membro da Assembleia Provincial (AP) de Tete e delegado político distrital da Renamo, Armindo António Ncuche, de 55 anos de idade, foi também morto a tiros, em plena luz do dia, na vila de Moatize, por indivíduos ainda desconhecidos.

Ainda a 08 de Outubro, Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado, eleito pela Assembleia da República (AR) em representação da Renamo, e membro da Comissão Mista do Diálogo Político, foi igualmente baleado mortalmente por indivíduos também não identificados, em plena manhã, na cidade de Maputo.

A 18 do mesmo mês, dois membros do maior partido da oposição em Moçambique foram eliminados à queima-roupa, no distrito de Ribáuè, em Nampula, igualmente por gente desconhecidas e que se pôs ao fresco.

Trata-se de Flor Armando, de 45 anos de idade, delegado político distrital em Ribáuè e membro da Assembleia Provincial de Nampula, e Zeca António Lavieque, de com 25 anos.

A 29 de Dezembro, em menos de 48horas da primeira cessação das hostilidades militares decretada pelo líder da Renamo, um membro da Assembleia Provincial de Nampula (APN) pertencente a esta formação política foi mortalmente alvejado a tiros à tarde.

Trata-se de José Naitela, que também era membro da Comissão Política Provincial e chefe da Secção de Relações Exteriores em Nampula da “Perdiz”.



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