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domingo, 19 de novembro de 2017

Dívida Pública interna ultrapassou os 100 mil milhões de meticais

A Dívida Pública interna do nosso país ultrapassou os 100 mil milhões de meticais. “Em última instância é o mercado que decide(se a dívida é sustentável ou não), quem compra essa dívida é o mercado” explicou Rogério Zandamela, o Governador do Banco de Moçambique(BM). Acontece que investidores dos Títulos do Tesouro sabem que não podem parar de compra-la sob pena de criarem uma crise de liquidez no sistema financeiro.

“A dívida interna já alta continua com tendência crescente, cresceu cresceu pouquinho mais de 5 mil milhões e hoje está ao redor de 100 mil milhões de meticais essencialmente como resultado de uma maior utilização de Bilhetes do Tesouro”, revelou Zandamela após a reunião do Comité de Política Monetária(CPMO) do BM, no passado dia 26 de Outubro.

Desde a última actualização do banco central, em Julho último, a dívida do Estado no sistema bancário em termos brutos cresceu de 97.701 milhões de meticais para 100.460 milhões de meticais.

Na conferência de imprensa que se seguiu a CPMO o @Verdade perguntou ao Governador do banco central se essa dívida do Estado no sistema bancário não estaria já num nível insustentável?

Rogério Zandamela replicou que “(...)em última instância é o mercado que decide(se a dívida é alta ou não), quem compra essa dívida é o mercado. Até que ponto o mercado vai dizer que se chegou ao nível de insustentabilidade”. No entanto o Governador do BM deixou claro que que “quando começar a crescer é nossa obrigação como Banco de Moçambique começar a preocupar-nos no sentido que o mercado podia reagir de uma maneira de não mais estar disponível a comprar essa dívida interna, podem ser os bancos podem ser os nossos cidadãos”.

“É em parte um risco fiscal, se a nossa dívida interna é hoje, do Estado em particular é em função de BT´s, a questão é até que ponto as instituições de créditos, os fundos de pensão e outras instituições que são os detentores dessa dívida, estão dispostos a sentir que podem segurar este como um bom investimento. Mas não temos um número que passe e se possa dizer que estamos mal”, acrescentou Zandamela.

Bancos comerciais ganham muito dinheiro com os Títulos do Tesouro

Contudo economista moçambicana e investigadora do Instituto de Estudos Sociais e Económicos(IESE), Fernanda Massarongo Chivulele, que tem acompanhado a evolução da Dívida Pública interna nos últimos anos, havia explicado ao @Verdade que antes mesmo da suspensão do apoio directo ao Orçamento do Estado, pelo Fundo Monetário e Parceiros de Cooperação, o Estado tinha começado a emitir os seus Títulos para como forma de obter liquidez para amortizar os Bilhetes do Tesouro e Obrigações do Tesouro que anteriormente havia emitido, portanto estava a emitir dívida para pagar dívidas mais antigas.

Para a economista este artífice utilizado pelo Governo de Filipe Nyusi, que desde que ascendeu a Presidência fez a dívida interna aumentar mais de 1000%(mil por cento), colocou os detentores dos Títulos do Tesouro, particularmente os bancos comerciais e outras instituições financeiras, afinal só há pouco meses foi aberta a possibilidade de aquisição para os cidadãos singulares, numa situação que se pararem de comprar a nova emissão de dívida rompem o ciclo de endividamento e podem gerar uma crise de liquidez no sistema financeiro que poderá culminar com o calote aos Títulos que já têm em carteira.

Por outro lado o @Verdade apurou que os bancos comerciais, mantendo o ciclo de endividamento público, estão obter grandes dividendos o que tem contribuído para os lucros assinaláveis que todos anos obtêm.



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