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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Mugabe confirma a Zuma que está detido em casa e que se encontra bem

O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, conversou por telefone com o seu homólogo da África do Sul, Jacob Zuma, e confirmou-lhe que se encontra "fechado na sua casa" e que "está bem", segundo informou nesta quarta-feira(15) a emissora de televisão pública sul-africana "SABC". Entretanto outro canal de televisão sul-africano, "News24", reportou que Mugabe, está a preparar a sua demissão enquanto negocia para que a sua mulher, Grace, saia do país.

Segundo o "News24", que antecipa que na quinta-feira(16) à tarde será feito um anúncio a este respeito, o exército mantém a família presidencial e toda a sua guarda sob a sua custódia.

Mais cedo o Presidente Zuma anunciou em comunicado, que vai enviar ao Zimbabwe o ministro da Defesa, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, e o titular de Segurança, Bongani Bongo, para se reunir com Mugabe e com os comandantes das forças armadas, após a intervenção militar que começou na terça-feira à tarde e alimentou os rumores de um possível golpe de Estado.

O mandatário sul-africano, que também é presidente da organização regional Comunidade para Desenvolvimento da África Meridional (SADC, na sigla em inglês), reivindicou ao Governo do Zimbabwe e às forças armadas que "resolvam o impasse político de forma amigável".

A África do Sul, que mantém uma estreita relação com o país vizinho, pediu também ao exército do Zimbabwe que "garanta que não se põe em perigo a manutenção da paz e a segurança no país".

"O presidente Zuma pediu calma e contenção e expressou a sua esperança de que os eventos no Zimbabwe não levem a mudanças inconstitucionais de governo, dado que isso seria contrário às posições tanto da SADC como da União Africana", indica o comunicado.

"A SADC vai continuar a acompanhar de perto a situação e está pronta para assistir onde seja necessário para resolver este impasse político", acrescenta o comunicado.

O Zimbabwe vive hoje um clima de alta tensão depois das forças armadas terem dado um passo à frente contra o Governo de Robert Mugabe. Segundo as informações da imprensa local, os militares mantêm bloqueados os acessos a edifícios oficiais e detiveram vários ministros.

Em mensagem durante a madrugada na emissora de televisão pública, um porta-voz das forças armadas garantiu que não se trata de uma "tomada militar" do Governo mas sim de uma operação contra "criminosos do entorno do presidente".

A tensão no Zimbabwe começou a aumentar na tarde de ontem, depois de vários tanques terem sido vistos a dirigir-se à capital Harare, apenas um dia depois do chefe das forças armadas do país, Constantine Chiwenga, ter advertido que tomaria "medidas corretivas" se continuasse o expurgo de veteranos no partido de Mugabe, de 93 anos e no poder desde 1987.

O partido de Mugabe, a União Nacional Africana de Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF), respondeu na terça-feira(14) a Chiwenga ao afirmar que as suas palavras sugeriam uma "conduta de traição" destinada a "incitar à insurreição e ao desafio violento da ordem constitucional".

No contexto de fundo destas acusações encontra-se a destituição, na semana passada, do ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa, um veterano de guerra que era apontado como sucessor do presidente. Mnangagwa fugiu à África do Sul e, em comunicado, sustentou que "em breve controlaremos as molas do poder nos nossos belo partido e país".

O passo à frente das forças armadas é visto no país como um ataque direto à facção do ZANU-PF alinhada com a esposa do presidente, Grace Mugabe, que exerceu um papel determinante na saída de Mnangagwa, após meses de ataques verbais.



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