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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

PRM alinha no discurso de combate à corrupção e fala de expulsões mas sem rostos

Há uma directiva clara que consiste em incutir no povo a ideia de que o Governo está comprometido com o combate aguerrido à corrupção. É que, de algum tempo a esta parte, os membros do Executivo, incluindo o próprio chefe do Estado, Filipe Nyusi, propalam, em voz alta, tolerância zero ao mal que tem lesado o Estado em milhões de meticais. E a Polícia da República de Moçambique (PRM) alinha anunciando que ao menos 147 membros da foram expulsos, de Janeiro a Setembro do ano em curso, por alegada prática de corrupção, sobretudo extorsão na via pública. Na realidade, a distancia entre os discursos de boas intenções e o que efectivamente se faz é abismal.

Porém, a mesma Polícia que divulga à imprensa, de forma recorrente, a identidade completa de supostos bandidos e demais cidadãos indiciados de cometimento de diversos crimes, não pôde ser mais precisa na indicação dos agentes que alega terem sido expulsos.

Sem rostos, nem identidade e tão-pouco as unidades policiais em que os visados estavam afectos, a informação sobre os 147 elementos expulsos foi tornada pública após o XXVII Conselho Coordenador do Ministério do Interior (MINT). E parece um discurso para causar boa impressão, ou seja: “para inglês ver”.

Inácio Dina, porta-voz da instituição que tem como função garantir a segurança e a ordem públicas e combater infracções à lei em Moçambique, disse à imprensa, na terça-feira (07), que no que tange à disciplina na PRM, foram instaurados 500 processo disciplinares, dos quais 147 membros da polícia expulsos.

Segundo ele, os agentes da Polícia de Trânsito – encarregues pela fiscalização rodoviária e regulação do trânsito – e de Protecção são os que mais se envolveram em tais actos de corrupção.

Inácio Dina falou ainda de “um maior engajamento em purificar as fileiras” e avisou aos colegas que “continuaremos a expurgar todos aqueles que não se alinham com os ditames da corporação (...)”.

Num outro desenvolvimento, o agente da Lei e Ordem disse que as “expulsões devem significar um aviso para os restantes membros da Polícia” que eventualmente estejam envolver em actos que contrariem a disciplina policial, para que se corrijam enquanto é tempo.

Aliás, Bernardino Rafael, novo comandante-geral da PRM, disse, após a tomada de posse, que era preciso que a corporação combata energicamente a corrupção. Estes é o desafio imposto por Filipe Nyusi, Presidente da República e Comandante-Chefe. Por isso, há necessidade de “traduzir as palavras do Chefe do Estado em ordem de serviço para as nossas actividades”.

Para além da Polícia, o MINT abarca ainda o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), o Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP), o Serviço Nacional de Migração (SENAMI) e a Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC). Nestas duas últimas, não só a corrupção está instalada, como também ocorrem arbitrariedades de arrepiar os cabelos.

Neste contexto, Inácio Dina disse que as suas declarações cingiam-se apenas na informação relativa ao Comando-Geral da PRM. Mais não lhe competia. Aliás, relativamente à criminalidade de que os moçambicanos se queixam com frequência, mormente nos centros urbanos e nas zonas de expansão, a corporação registou, de acordo com a fonte, 16.576 delitos, de Janeiro a Setembro, contra 16.680 em igual período de 2016.

Daquele número, esclareceu-se 14.136 ocorrências, sendo que os roubos e furtos, os crimes contra propriedade e pessoas foram os mais registados, o que impõe “um desafio à Polícia” para encontrar medidas eficazes no sentido de evitar tais males.

Quanto aos acidentes de viação que, pese embora os apelos para que se conduza com prudência e haja respeito pelo vida, no período em análise, chegaram ao conhecimento da PRM 1.478 casos, contra 1.688 nos primeiros nove meses do ano passado, tendo resultado em 1.057 óbitos.



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