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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

SELO: Destruição e desmatamento em Machipanda podem ter impacto doloroso num futuro próximo ...

Vivemos numa sociedade em que a protecção ambiental se tornou prioritária para todo mundo, pois temos acompanhado, a cada dia, o nível do aquecimento global, da erosão, do comprometimento da biodiversidade, da extinção de espécies vegetais e animais, entre outros males causados pela acção do homem à natureza, com especial enfoque no posto administrativo de Machipanda, na província de Manica, onde a maior causa da destruição e do desmatamento da floresta provém, hoje, de actividades humanas. Estas mesmas actividades contribuem de uma forma significativa para uma profunda destruição ambiental nesta parcela do mundo e de Moçambique, particularmente.

O facto é que grande parte deste desmatamento é impulsionado pela prática irracional da agricultura de subsistência, queimadas descontroladas e corte ilegal de árvores em níveis locais sem uma fiscalização das autoridades competentes impulsionando assim o surgimento de grande número de famílias que procuram uma vida melhor. Eles limpam o terreno para a agricultura e pecuária, ou procura de lenha.

Entretanto, a biodiversidade florestal, quer se trate de animais ou plantas, estão a esgotar rapidamente com pouca consideração das consequências a longo prazo, o que faz com que muitos dos efeitos induzidos pelo homem na destruição e desmatamento das florestas nas montanhas de Machipanda sejam provavelmente irreversíveis dentro do nosso tempo.

O papel do homem nesse desmatamento é consideravelmente extensivo, visto que depois de limpar uma certa área a família se muda para uma nova área com intuito de aumentar suas machambas e acabam limpando o que restou da floresta, culminando com o desequilíbrio no ecossistema da região, aumento da poluição do ar pelas queimadas, assim como aumento de casos de erosão do solo, Pois as florestas encontradas nas montanhas desta região são as que mais contribuem para um ambiente saudável e puro para a população.

É importante realçar o contributo do ser humano para a existência desse cenário neste ponto do país cujo são acompanhados com interesses pessoais. Mas vale apena lembrar que no passado, o processo foi lento e apenas regiões limitadas foram desmatadas, geralmente para agricultura de subsistência e procura de lenha.

No entanto, hoje, os moçambicanos estão muito mais eficientes na clareira da floresta, pois é triste quando olhamos para as montanhas do lado do Zimbabué e voltamos para realidade do lado de Moçambique, é visível o desmatamento por parte dos moçambicanos e sem nenhum controle ou responsabilidade.

E assim vamos nos perguntando por onde anda essa autoridade que fiscaliza esse bem natural?

O que é feito do chefe do posto que tem uma vista de uma montanha sem árvores ou mata enfrente a sua casa?

A quem recorrer para esses casos, se os que reúnem competências apenas passam a sua classe enquanto o problema vai tomando repercussões lastimáveis?

Pois é, assim se vão os dias em Machipanda, onde o verde da natureza grita para voltar a brilhar e dar um ambiente saudável a população.

Por David Francisco



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