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segunda-feira, 30 de julho de 2018

“Al Shabaab” moçambicano continuar aterrorizar Cabo Delgado

O terror continua no Norte de Moçambique, após cerca de três semanas sem nenhum registo de ataques o “Al Shabaab” voltou a atacar na madrugada de domingo (29), desta vez um posição das Forças de Defesa e Segurança no distrito de Mocímboa da Praia onde há indicações de um militar ter sido morto, elevando para pelo menos 58 o número de vítimas mortais desde a nova vaga de ataques que começou a 27 de Maio último.

O ataque aconteceu nas proximidades da aldeia de Chitolo, no posto Administrativo de Chaka, situado a cerca de 25 quilómetros da sede distrital de Mocímboa da Praia, de acordo com o jornal independente Mediafax que indica ter acontecido uma intensa troca de tiros durante cerca de 2 horas.

Para além da vítima mortal o diário Mediafax reporta que material militar terá sido roubado pelo grupo de atacantes que se acredita ser o mesmo que desde Outubro cria terror em vários distritos da província de Cabo Delgado e é apelidado de “Al Shabaab” pelos residentes locais, embora não tenha ligações ao grupo com o mesmo nome da Somália.

Entretanto, já durante a manhã de domingo, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, pediu às comunidades locais da província do Niassa, durante um comício, para estarem “vigilantes” ao recrutamento de jovens para se juntarem a este grupo terrorista. O Chefe de Estado moçambicano contestou ainda que a insurgência na província de Cabo Delgado esteja relacionada com a pobreza.

“Nós estamos muito tristes e até lamentamos a ver nossos concidadãos, conscientes, alguns com boa educação promovem debates para desinformar a população a dizer que Palma as população estão a se revoltar porque estão pobres, porque esse pobre não mata pessoas lá no país dele? Porque alguns não são moçambicanos e lá no país deles também tem pobreza. Ou essa pobreza só está em Palma, e porquê hoje Palma? Porque se descobriu gás lá é que hoje vai dizer que é pobreza? Se é pobre porquê um pobre para viver bem tem que ir matar outro pobre?”, questionou Filipe Nyusi durante um comício no distrito do Lago, na província do Niassa.

A tese que os jovens são recrutados devido a situação de pobreza e marginalização em que se encontram foi sugerida pelos académicos sheik Saide Habibe, João Pereira e Salvador Forquilha após visitarem os locais onde a insurgência teve início procurando conhecer os contextos, as dinâmicas, os grupos, os actores do actos de terror.

Porém os académicos moçambicanos também concluíram que o objectivo do “Al Shabaab” moçambicano “é criar uma situação de instabilidade na Região para permitir o negócio ilícito no qual as suas lideranças estão envolvidas. O outro, é a partir desses negócios ilícitos alimentar outras redes que eles têm ligação, por exemplo os comandos das milícias no Congo, na Somália, no Quénia e na Tanzânia”.



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