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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Crise no lago Chade faz violência contra meninas disparar, denuncia ONG

A ONG Plan International denunciou nesta quinta-feira a difícil situação de violência e pobreza enfrentada por meninas e adolescentes no lago Chade, uma região que abrange partes de Nigéria, Camarões, Chade e Níger, e onde se vive "uma das crises humanitárias mais severas do mundo", castigada pela mudança climática e pela violência jihadista.

Num relatório intitulado "As adolescentes em emergência: vozes vindas da bacia do lago Chade", a Plan International indicou que mais da metade das meninas entrevistadas no estudo tiveram uma doença no último ano, sobretudo malária, ou que as jovens estão expostas a agressões sexuais e violência.

Os ataques dos grupos jihadistas Boko Haram e Estado Islâmico (EI) da África Ocidental, somados a catástrofes naturais como secas e degradação do meio ambiente, geraram uma grave crise humanitária na bacia do lago Chade, segundo a ONG, que explicou que estes fatores afetam de maneira particular meninas e adolescentes.

Para o relatório, a Plan International usou dados colhidos entre março e abril de 2018 em regiões do lago Chade de Níger, Nigéria e Camarões, em pesquisas com 449 jovens e meninas, grupos de discussão e 47 entrevistas. Pelo menos 25% das meninas e adolescentes consultadas pela ONG nesta área denunciaram ter sofrido alguma agressão no último mês, uma violência que aumenta quando as jovens não vivem com seus pais. Quase uma em cada dez entrevistadas (8%) revelou que sofreu agressão sexual no último mês e muitas asseguram que limitaram seus movimentos na esfera pública.

"Em muitos campos da pesquisa, algumas inclusive falam de ter sido forçadas a ter relações sexuais com homens para poder sobreviver à atual crise económica", ressaltou o relatório.

Além disso, a violência de grupos armados na área também provocou um aumento da insegurança alimentar e mais da metade das entrevistadas (62%) admitem que dormiram uma vez ou outra com fome no último mês.

Por isso, a ONG pede que sejam promovidos esforços para incluir as adolescentes em todas as decisões que afectem suas vidas, que se melhore a situação de segurança, que sejam tomadas medidas para diminuir os efeitos da crise económica na população ou que se forneça acesso seguro e adequado à saúde e à educação.

Mais de 10,8 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária nesta região, que abrange o nordeste da Nigéria, o extremo norte de Camarões, o oeste do Chade e o sudeste do Níger, e onde a violência de grupos extremistas provocou o deslocamento de 2,2 milhões de pessoas, segundo dados recentes da ONU.



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