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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Presidente Nyusi inaugurou mais um hotel em Maputo onde taxa de ocupação caiu pelo terceiro ano

O Chefe de Estado moçambicano inaugurou mais um complexo turístico na cidade de Maputo elevando para 27 o número de hotéis que disputam os cada vez menos hóspedes que visitam o nosso país e reduzindo a taxa de ocupação que caiu, pelo terceiro ano consecutivo, na capital de Moçambique. A CTA pede a redução de novos investimentos em hotéis “para a viabilização dos investimentos realizados”.

Foto da Presidência da RepúblicaAlheio a realidade ou fingindo que não sabe do cada vez pior ambiente de negócios para os hotéis o Presidente Filipe Nyusi disse, depois de inaugurar o Hotel Meliã Maputo Sky, que: “A entrada em funcionamento desta infra-estrutura vai contribuir significativamente para o crescimento da oferta e diversificação do alojamento de curta duração na cidade de Maputo, considerado como um destino turístico de negócios e eventos de nível nacional e internacional”.

É que os 172 quartos que o novo complexo turístico de luxo disponibiliza junta-se a outros quase 10 mil existentes nos 26 hotéis em funcionamento na cidade de Maputo, aliás este é o terceiro do género num raio de 1 quilómetro da baixa da “cidade das acácias”.

O @Verdade apurou que em 2017, pelo terceiro ano consecutivo, a cidade de Maputo voltou a perder turistas com a taxa de ocupação a reduzir para 28,5 por cento, menos 14,9 por cento do que em 2016. Entre 2015 e 2016 a taxa de ocupação já havia diminuído 8,2 por cento, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas.

Análise do Turismo da Confederação das Associações Económicas

A Confederação das Associações Económicas (CTA) analisando o número de chegadas internacionais, que não representam o número real de turistas, e de hóspedes nos hotéis constatou que em 2017 foram registados tantos visitantes quanto em 2007, só cerca de meio milhão de turistas é que se acomodam em unidades formais.

Enquanto os turistas não aumentam o número de camas quase triplicou na última década e consequentemente a média de ocupação nos hotéis tem vindo a reduzir.

Análise do Turismo da Confederação das Associações Económicas

“Reduzir temporariamente a promoção de investimentos turísticos para novos projectos de raiz”

Ainda de acordo com a análise da CTA aos dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatísticas, a que o @Verdade teve acesso, o volume de negócios que em 2017 cifrou-se em 58,8 milhões de dólares norte-americanos é similar ao volume de há uma década, apesar dos investimentos de mais de 1 bilião de dólares que o sector hoteleiro recebeu.

“A grande maioria dos estabelecimentos produz prejuízo ano após ano e portanto nunca recuperaram o investimento efectuado continuando a buscar fundos provenientes de outras actividades para financiar o deficit operacional de cada ano, sempre na expectativa de que o próximo ano seja melhor ou que a sua propriedade eventualmente se valorize” afirma o sector privado moçambicano que ainda comenta que “ao fim de mais de 20 anos de termos reiniciado esta promoção turística continuamos à procura do rumo para a viabilização dos investimentos realizados”.

Análise do Turismo da Confederação das Associações Económicas

Diante deste ambiente de negócios que não tem sido fértil para recuperar os investimentos, e muito menos para prosperar, a Confederação das Associações Económicas propôs ao Governo, durante o Fórum do Turismo que aconteceu semana finda em Maputo, “Reduzir temporariamente a promoção de investimentos turísticos para novos projectos de raiz, direcionando-os para parcerias e reforço da capacidade existente”, nos próximos 3 anos.

Entrevistado recentemente pelo @Verdade João das Neves, o presidente do Pelouro de Turismo na CTA, declarou que: “Para o parque hoteleiro disponível em Moçambique precisamos de mais turistas. Outro aspecto é será que é oportuno continuarmos a atrair mais investidores para abrirem mais hotéis?”

“Temos visto os políticos engajados nos seus discursos, principalmente fora do país, a convidarem investidores para virem abrir mais unidades hoteleiras em Moçambique, para virem aumentar o número de camas e nós perguntamos: para quê? Estamos a enganar os investidores, estamos a dizer que há mercado fértil aqui quando nós sabemos que não há e estamos a aumentar a confusão aqui dentro”, disse João das Neves.



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