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quarta-feira, 3 de abril de 2019

Metical continua a enfraquecer... até começarem a entrar em Moçambique os Dólares da ...

A moeda moçambicana continua a enfraquecer em relação as principais divisas, nesta quarta-feira (03) o Dólar norte-americano foi cotado a 64,67 Meticais. Esta depreciação iniciada em 2018 só deverá ser invertida na segunda metade de 2019, em função do inicio dos fluxos de entrada dos investimentos na Anadarko e ExxonMobil, da ajuda do FMI e de outros parceiros estrangeiros que prometeram ajuda às vítimas do Cilone IDAI.

Após uma ligeira apreciação, entre Junho e Setembro de 2018, em que chegou a ser cotado a 58,69 Meticais por Dólar norte-americano a moeda nacional começou a enfraquecer tendo iniciado o ano de 2019 a valer 62,06. Desde então a depreciação tem continuado e antes de refletir o impacto do Ciclone IDAI e das cheias na economia está a valer 64,67 por Dólar, em alguns bancos comerciais foi a moeda norte-americana chegou a ser vendida nesta quarta-feira (03) a 64,80 Meticais.

Quando no início de Março o Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique decidiu, de emergência, aumentar o coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira de 27 para 36 por cento os empresários nacionais assustaram-se e alertaram que no curto prazo o Metical iria depreciar “rapidamente e numa dimensão que não se possa reverter, sendo agravada pela tendência de depreciação do Metical face ao Dólar que temos verificado recentemente bem como a redução das reservas internacionais líquidas”.

Na altura economistas do sector financeiro explicaram ao @Verdade existe um principio do Banco de Moçambique que estimula a flexibilidade cambial para estabilizar as Reservas Internacionais Líquidas, portanto se o mercado estiver sobre grande pressão o câmbio tem que subir, se o mercado estiver com excesso de dólares o câmbio baixa.

No entanto os economistas ressalvaram que se o câmbio começar a subir de forma acelerada, porque Moçambique é dependente de importações, que aumentaram e até desequilibraram a Balança Comercial do último trimestre de 2018, o banco central poderá tomar novas medidas extraordinárias para conter a depreciação do Metical afinal um dos principais objectivos do Banco de Moçambique é manter inflação baixa.

Por seu turno o grupo de Estudos Económicos do Standard Bank afirma na sua análise mensal de Março: “Vemos uma cotação ascendente do Dólar em relação ao Metical durante o 1º semestre do ano antes de baixar para perto do 60 (Meticais por Dólar norte-americano) no 2º semestre, influenciado pelas entradas de Dólares que se seguirão as tomadas de decisões finais de investimento dos projectos de gás natural”.

Standard Bank revê em baixa crescimento do PIB em 2019

Foto de Fim de SemanaAlém disso Fáusio Mussá, economista-chefe do Standard Bank, comentou na 2ª edição do novo índice económico lançado pela instituição, “PMI”, que a Decisão Final de Investimento que a Anadarko deverá tomar em Abril e que a ExxonMobil poderá tomar antes do fim de 2019 vão contribuir para um sentimento positivo e apoiar a recuperação económica assim como a anunciada ajuda financeira do FMI e de outros Parceiros de Cooperação internacional.

No entanto, “Apesar de ainda ser cedo para poder avaliar de forma mais abrangente o impacto negativo do Idai, baixámos a previsão do crescimento homólogo do Produto Interno Bruto deste ano para 3,5 por cento em vez de 3,7 por cento”.

Esta revisão em baixa está cada vez mais longe das perspectivas do Governo de Filipe Nyusi que espera que a economia acelere para 4,7 por cento este ano, depois dos 3,3 por cento de 2018.

O economista-chefe do Standard Bank indica ainda um aumento da “previsão de 12 meses da inflação média deste ano para 6,2 por cento no mesmo período em vez dos 5,0 por cento”, projectados em Janeiro.

Governo procura de fontes de recursos para Orçamento rectificativo

A Missão do Fundo Monetário Internacional que esteve recentemente em Maputo anunciou que está a considerar um empréstimos de emergência para Moçambique que poderá chegar aos 120 milhões de dólares norte-americanos a serem desembolsados “em poucas semanas”, no entanto não deixou perspectiva animadoras para a economia a curto prazo.

“Apesar dos prováveis efeitos macroeconómicos adversos do Ciclone Idai em 2019, que estão ainda a ser analisados, as perspectivas são de uma recuperação da actividade económica a médio prazo, com uma expansão mais significativa com o início da produção de GNL, esperada para 2023” disse o chefe da Missão, Ricardo Velloso.

O Governo ainda está a quantificar os danos do Ciclone IDAI e das cheias que se seguiram e a procura de fontes de financiamento para um eventual Orçamento rectificativo. “Se conseguirmos identificar fontes dos recursos que necessitamos para aumentar a despesa, naturalmente que iremos ao Parlamento propor um Orçamento rectificativo”, disse esta segunda-feira (01) o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane.



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