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domingo, 17 de novembro de 2019

Nem mais-valias travam depreciação do metical... que pode cair até aos 65 por dólar

A moeda moçambicana continua em depreciação iniciada durante a campanha para as Eleições Gerais, nem a entrada no Tesouro das mais-valias do negócio entre a Anadarko e a Occidental Petroleum travou a queda do metical que já está a ser transaccionado acima de 64 por dólar. “O par USD/MZN dirige-se para o recente pico de cerca de 65 registado em Abril”, prevê o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá.

Depois de no mês de Junho ter-se apreciado até 61,75 m relação ao dólar norte-americano o metical reagiu negativamente ao período eleitoral, quando a campanha iniciou a cotação do dólar era de 61,92, na véspera da votação foi transaccionado a 62,82, continuou a enfraquecer e na sexta-feira (15) foi vendido nos bancos comerciais acima dos 64.

Esta depreciação foi avaliada satisfatoriamente pela missão do Fundo Monetário Internacional que esteve em Maputo que saudou “o forte empenho do Banco de Moçambique em manter uma taxa de câmbio flexível e salvaguardar a estabilidade do sector financeiro”.

“Quando a gente fala de estabilidade da taxa de câmbio não quer dizer que está fixa, ela pode se apreciar ou depreciar um pouco dentro de um intervalo relativamente pequeno, daí a estabilidade”, esclareceu ao @Verdade o chefe da missão do FMI, Ricardo Velloso, que acrescentou “há sempre pressões em algum momento do ano, as festas natalinas há sempre mais procura de moeda estrangeira e há momentos em que há mais entrada de dólares, essas flutuações são naturais e nós não esperamos que a taxa de câmbio se deprecie de uma maneira muito forte no imediato”.

Para o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, esta depreciação do metical “denota o compromisso do Banco Central em proteger as reservas internacionais, consistente com a visão de que a flexibilidade da taxa de câmbio deve continuar a ser uma importante ferramenta para ajudar a gerir a pressão da Balança de pagamentos”.

“O par USD/MZN dirige-se para o recente pico de cerca de 65 registado em abril, contudo espera-se que estabilize e comece a cair para a marca dos 60. A recente entrada de divisas referente à tributação de mais-valias empurrou as reservas internacionais brutas para um máximo de 3,9 biliões de dólares, que resulta num confortável rácio de cobertura de importações superior a 6 meses, o que deve ajudar a aliviar a pressão sobre a liquidez em moeda externa”, comentou Fáusio Mussá na edição de Novembro do índice PMI.



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