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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Dívidas ilegais continuam a pressionar melhoria da energia eléctrica em Moçambique

A Electricidade de Moçambique (EDM) teve de recorrer a um financiamento comercial na África do Sul para realização parcial de actividades de emergência com vista a melhoria da qualidade da energia nas cidades de Maputo e Pemba diante das limitações ainda existentes de financiamento externo devido as dívidas ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM. “Foi um período muito crítico, ninguém dava confiança ao país e eles (DBSA) decidiram financiar mesmo com as dificuldades que o país tinha”, assinalou o PCA da EDM, Aly Sicola Impija. O @Verdade sabe que outros seis projectos de emergência aguardam financiamento.

A EDM e o Banco de Desenvolvimento da África do Sul (DBSA), com a assessoria do Banco Nacional de Investimento (BNI) rubricaram nesta segunda-feira (09) um contrato de financiamento no montante de 81,3 milhões de dólares norte-americano para a 1ª fase de dois projectos de emergência para melhoria da qualidade da energia nas cidades de Maputo e de Pemba.

“Na Cidade de Pemba vamos instalar um equipamento de compensação, que quando montado vai aumentar a capacidade de transferência em mais 14 MVA. A segunda cidade beneficiada nesta fase é Maputo onde vamos mudar muitos cabos de média tensão, vamos construir muitos PSs (transformadores de potencia adicional) e vamos fazer mais linhas de Baixa Tensão, que é para permitir ligarmos mais consumidores. Enquanto isso vamos trabalhar na 2ª fase, nesta fase são cerca de 80 a 81 milhões (de dólares norte-americanos)”, detalhou a jornalistas Aly Sicola Impija.

O Presidente do Conselho de Administração da eléctrica estatal explicou que estes dois projectos parciais fazem parte da Estratégia que empresa criou em finais de 2015: “Nós tipificamos os nossos projectos em várias categorias, temos a categoria dos projectos de emergência, que temos de fazer com urgências, temos os projectos de curto prazo, cuja duração é de 2 a 3 anos, temos projectos de médio prazo e de longo prazo”.

Impija recordou que a EDM aliou-se ao Banco Nacional de Investimento na busca de financiamento, “foram ao mercado local, foram ao mercado regional e trouxeram esta solução em coordenação com o DBSA”, a quem agradeceu pois “foi um período muito crítico, ninguém dava confiança ao país e eles (DBSA) decidiram financiar mesmo com as dificuldades que o país tinha e agradecer ao BNI por nos ter ajudado, se não fosse o banco já teríamos desistido”.

O Banco de Desenvolvimento da África do Sul é um parceiro estratégico do sector de energia em Moçambique participou do financiamento da Mozal, do gasoduto Temane – Secunda, financiou a melhoria das redes da Matola e é um dos financiadores da Linha de Transporte entre Temane – Maputo.

Projectos de emergência assim como os de curto, médio e longo prazo da EDM afectados pela instabilidade macroeconómica em Moçambique

O Presidente da Comissão Executiva do BNI, Tomás Matola, aclarou que “na altura em foi solicitado este financiamento o país estava a viver momentos muito particulares, um situação de instabilidade política e também instabilidade macroeconómica com a deterioração de praticamente todos indicadores, o rating de dívida soberana do país foi baixado ao lixo então nessas condições os financiadores são muitos cépticos para financiar projectos ainda que sejam viáveis”.

“O DBSA manifestou-se em financiar em condições acessíveis e ajustadas ao perfil de risco em torno da EDM e ajustado a capacidade de gerar cash-flow para pagar”, contudo “por causa da situação em que o país se encontrava precisava de uma determinada garantia para sentir o conforto e comprometimento do Governo, foi nessa perspectiva que se solicitou que fosse emitida uma Garantia Soberana”, revelou Tomás Matola.

Entretanto o @Verdade apurou que estes dois projectos agora financiados parcialmente e cuja execução vai durar pelo menos 18 meses fazem parte do Projecto de Emergência para a Melhoria da Qualidade e Eficiência de Energia (PERIP) a ser implementado também nas províncias de Maputo, Inhambane, Tete, Zambézia, Nampula e Niassa e cujos fundos a Electricidade de Moçambique não está a conseguir financiar nem com ajuda do Governo.

O @Verdade sabe que para aumentar a sua capacidade de geração, transmissão e distribuição de energia a EDM precisa de financiamentos de 17,8 biliões de dólares norte-americanos até 2028 acrescidos de outros 4,4 biliões de dólares para atingir as metas do acesso universal até 2030.

Tanto os projectos de emergência assim como os de curto, médio e longo prazo estão a ser afectados pela instabilidade macroeconómica que Moçambique vive desde a descoberta das dívidas inconstitucionais e ilegais da Proindicus, EMATUM e MAM.

“Os créditos ilícitos revelados em 2016 deterioraram a confiança dos parceiros e gerou uma desconfiança entre os credores e investidores, em particular sobre a capacidade do país para reembolsar os créditos, exacerbado por o país não ter pago a segunda prestação na garantia soberana. De 2015 a 2016 a dívida explodiu, aumentando num ano para 25,47 por cento, atingindo 113,58 por cento do PIB de Moçambique. A perspectiva negativa e a incerteza em Moçambique geraram uma falta de confiança nas instituições financeiras. O influxo do capital para o país reduziu. Com as taxas de crédito desfavoráveis, a depreciação da moeda, baixo investimento e um orçamento apertado levaram à falta de liquidez. Tudo isso afectou negativamente a EDM”, descortinou o @Verdade na Estratégia da EDM 2018 - 2028.



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