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domingo, 19 de janeiro de 2020

Filipe Nyusi mantém equipa base: Correia e Mesquita no ataque com retaguarda assegurada por ...

Grafismo de Nuno TeixeiraComo se fosse o treinador de uma equipa “de futebol” vitoriosa, e ao contrário das “novas caras” que prometeu, o Presidente Filipe Nyusi manteve a sua equipa base onde os ministros Celso Correia e Carlos Mesquita são os seus “pontas de lança”, que até rubricaram o termo de posse mesmo antes cumprirem o protocolo, tendo o respaldo de uma defesa comandada por Adriano Maleiane com Max Tonela, Osvaldo Machatine e Carmelita Namashulua.

Contradizendo-se, que “o balneário moçambicano é de altíssima qualidade”, Nyusi indicou na passada sexta-feira (17) os mesmos “jogadores” para a sua equipa governamental que agora tem a missão de fazer Moçambique “dar certo” até 2024.

Carlos Agostinho do Rosário mantém-se como primeiro-ministro, ou melhor à baliza recebendo e passando a bola, um guarda-redes que joga bem com as mãos e os pés e principalmente não atrapalhando o jogo político e de interesses económicos.

Ao ataque continua o jovem empresário que garantiu a vitória de Filipe Nyusi, primeiro dentro do partido e depois nas Eleições Gerais de 2014. Depois de acalmar os ambientalistas, colocar alguma ordem no sector madeireiro e florestal, e quase ter estancado a caça furtiva Celso Ismael Correia tem agora mais uma missão impossível: tornar a agricultura em Moçambique produtiva e rentável tenho como objectivo maior o combate à pobreza, afinal a maioria dos moçambicanos não só vive no meio rural como também trabalha, embora com parcos rendimentos, no sector agrário.

Foto de Naíta UsseneQuestionado pelo @Verdade o agora ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural declarou: “Se partirmos do pressuposto que essa missão é impossível então temos de desistir da existência do Estado. Nós não podemos estar confortáveis nunca com a existência de famílias moçambicanas que estejam a passar ausência de alimentos, não me parece impossível. E mesmo que seja impossível seremos capazes de concretizar”.

Correia leva do seu antigo pelouro o projecto Sustenta, cujo foco é justamente “tirar gradualmente as famílias rurais da pobreza”, já com financiamento assegurado pelo Banco Mundial e para ser expandido para todo o país. É expectável que use os seus dotes para atrair novos investimentos do exterior para um sector que sempre foi prioritário nos documento e discursos mas sempre recebeu muito pouco investimento.

“A missão é fome zero, carne nacional, rendas para os camponeses” deixou claro o Chefe de Estado que vê na agricultura o seu legado para Moçambique e, a julgar pela cumplicidade com Celso Correia, o artífice da reversão de Cahora Bassa e mais recentemente brilhou na gestão de emergência quando o ciclone Idai devastou a região Centro, acredita que o empresário que se tornou político o possa tornar numa realidade.

Carlos Mesquita vai fazer tabelinhas e triangulações com Celso Correia

Foto de Naíta UsseneO amigo de escola e colega do único emprego que Filipe Nyusi teve vai continuar no Executivo. Empresário dos transportes, portos e caminhos-de-ferro Carlos Alberto Fortes Mesquita teve a proeza de transformar o caótico e desorganizado transporte público de passageiros na Cidade e Província de Maputo. É factual que em várias rotas onde os “my loves” reinavam hoje os autocarros e “chapas” esperam pelos maputenses.

Sob a sua tutela Moçambique saiu da lista negra da aviação e enfim o espaço aéreo está liberalizado e novas companhias começam a tornar-se alternativa à moribunda companhia aérea de bandeira nacional.

Nas Comunicações conseguiu enfim começar a combater o cancro que eram as duas empresas públicas de telecomunicações e deu nova dinâmica ao regulador de um sector com muitos desafios ainda por concretizar.

Para já não há dinheiro para investir nas LAM ou mesmo na TMCEL e os negócios que podiam ser feitos nos transportes urbanos já estão alinhavados portanto o discreto, mas competente, colega será mais útil fazendo de segundo avançado, aquele que fará a bola chegar a Celso Correia, criando as condições necessárias para que os problemas que tem travado o desenvolvimento de uma agricultura produtiva e rentável no nosso país deixem de existir.

E o Presidente Filipe Nyusi não podia ter sido mais claro para o seu amigo, e experiente homem de negócios, que indigitou para dirigir a Indústria e Comércio “queremos industrializar Moçambique, muita transformação (dos produtos produzidos localmente) tem que ser feita aqui”.

Max Tonela deverá focar-se no sector energético

Foto de Naíta UsseneOutro amigo pessoal do Chefe de Estado, até hoje não ficou claro porque demorou tanto tempo a assumir a pasta dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Elias Tonela levou para frente as “jogadas” que culminaram com o maior investimento privado de todos os tempo no continente africano enquanto fazia os “corredores” necessários para preparar o futuro energético de Moçambique.

Sem grandes contestações, pelo menos populares, conseguiu que o preço da energia eléctrica fosse revisto anualmente e ainda fossem retirados os subsídios as gasolineiras passando o preço dos combustíveis a reflectirem os preços reais de importação.

Com os processos do gás natural e petróleo “controlados”, e enquanto as multinacionais iniciam os seus investimentos, Tonela deverá focar-se neste 2º mandato de Filipe Nyusi no sector energético. Para lá da decisão populista de eliminar uma das taxinha de ligação para o povão a Electridade de Moçambique ainda procura fechar os financiamentos para o acesso de energia universal mas principalmente conseguir novas fontes de energia a custos sustentáveis.

A conclusão da Central de Ciclo Combinado de Maputo, a nova Central Eléctrica a gás natural em Temane, tirar a barragem de Mpanda Nkuwa do papel e iniciar enfim a espinha dorsal Norte-Sul são as principais “jogadas” que Max Tonela tem pela frente antes do gás natural começar a ser produzido em Cabo Delgado.

Machatine deverá garantir que os membros da Frelimo voltem a “comer” na construção civil

Foto de Naíta UsseneÀ defensiva, mas com a missão de pôr a bola jogável, vai continuar o ministro das Obras Públicas que menos quilómetros de estrada e pontes construiu, não conseguiu sequer edificar uma única habitação acessível e, não fosse a campanha eleitoral, também ficaria para a história como o titular que menos fontes de água criou.

No novo ciclo que iniciou João Osvaldo Machatine, um dos responsáveis pela ascensão de Filipe Nyusi no partido e depois para a Presidência, será um dos pivot´s para pôr o Governo a “correr” primeiro com o PRAVIDA, depois com um Hospital um Distrito, e na calha estão novos projectos de infra-estruturas públicas que serão financiados pelo Millennium Challenge Corporation, já na próxima semana o CEO da instituição norte-americana estará em Maputo.

Porém mais do que pôr o Governo a “correr” Machatine deverá garantir que os membros e simpatizantes do partido Frelimo que nos últimos anos estiveram à míngua voltem a “comer” no sector de construção civil. “Está mais do que claro que toda actividade da governação deve envolver o sector privado, nós temos corredores altamente concorridos que poderemos transforma-los em fonte segura de receita para o sector de estrada através de concessões e parcerias público-privadas”, explicou um dos poucos ministros que manteve-se no mesmo pelouro.

Um ministra para cuidar dos professores e agradar o marido

Foto de Naíta UsseneCarmelita Rita Namashulua soube rodear-se de alguns tecnocratas competentes que lhe permitiram ficar com o mérito de ter dado início a modernização e reorganização da Função Pública. Ficará também na memória a sua participação discreta, mas eficaz, na descentralização forçada pelo partido Renamo mas que na verdade manteve o partido Frelimo a governar em todo o país.

Mais do que materializar “a formação de professores competentes, em todos os níveis de ensino” ou “mobilizar recursos para a melhoria das condições de trabalho de professores e a construção e apetrechamento de infra-estruturas de educação” Carmelita Namashulua é mais uma comissária política que vai substituir outra comissária política no Ministério que emprega a maioria dos Funcionários Públicos e que tem a particularidade de também serem os “camaradas” do partido até a localidade mais recôndita, sempre fundamentais para garantir as vitórias eleitorais talvez por isso o Chefe de Estado tenha recomendado “cuidado especial aos professores”.

Além disso manter Carmelita Namashulua é uma forma de Nyusi agradar ao seu marido, o influente presidente da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, Fernando Faustino.

Com a dívida da EMATUM resolvida Maleiane terá de encontrar “simbiose entre o plano e finanças”

Um dia o agora mais velho membro do Executivo poderá confidenciar porque deixou a reforma para dar o peito, e mesmo o corpo inteiro, a flagelação do processo das dívidas inconstitucionais e ilegais. Enganando ao povo e ao mundo Adriano Afonso Maleiane revelou-se habilidoso na estratégia de gestão da crise da dívida pública fazendo aquilo que se não espera mas que os político no planeta fazem muito: mentir.

A sua faceta de “forreta” serviu para manter o Governo a funcionar enquanto todas as fontes de financiamento secaram mas no ciclo que iniciou o Presidente Nyusi pretende “que desta vez saiamos airosos e muito mais produtivos nesta simbiose entre o plano e finanças. Finanças devem desenhar saídas para meter mais dinheiro no país, no cofre do Estado, para meter mais investimentos, e deve encorajar e privilegiar os apoios a aqueles sectores que conseguem mais recursos para poderem funcionar, porque cada sector pode produzir”.

O país está em suspenso para saber que Políticas Fiscais serão implementadas pelo novo Governo de Filipe Nyusi para reanimar a actividade económica e produtiva.

Com o principal processo das dívidas ilegais fechado, com os credores da EMATUM, e mesmo com os processos da MAM e da Proindicus em litígio, é expectável que os Parceiros de Desenvolvimento voltem a injectar as suas divisas ainda em 2020 e a economia possa voltar novamente a crescer, até porque mais fundo no precipício Moçambique já não pode ir.

Grafismo de Nuno Teixeira

Verónica Macamo e Margarida Talapa acomodadas no Governo para equilíbrio do género

Para garantir que “o indicador de equilíbrio do género dentro do governo continuará a melhorar” Nyusi nomeou sete mulheres, apenas Ivete Maibase com competência para o ministério que vai tutelar.

Helena Khida e Augusta Maíta são duas jovens em ascensão no partido que não têm qualificações especiais para os ministérios que foram nomeadas.

Foram ainda acomodadas duas importantes mulheres da Comissão Política da Frelimo que durante o 1º mandado foram leais. A antiga presidente do Parlamento, Verónica Nataniel Macamo Dlhovo, vai poder continuar a viajar, como se percebeu que gosta, mas recebeu a missão de Filipe Nyusi de garantir que as “embaixadas ou representações diplomáticas sejam de facto representantes de Moçambique e não sejam sempre centros de férias de 3 a 4 anos de pessoas e suas famílias”.

Margarida Adamugy Talapa foi acantonada no Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social onde se espera que não atrapalhe a gestão da força de trabalho pelas empresas que vão ser registadas para trazer a mão-de-obra estrangeira necessária para o sector dos hidrocarbonetos.

“Fiscalizem as empresas sem caça às bruxas, isso aconteceu no mandato passado”, recomendou o Chefe de Estado a antiga poderosa líder da bancada parlamentar do partido Frelimo que deverá ainda prosseguir com a retórica dos novos empregos criados, depois do 1,5 milhão de empregos agora é preciso fazer acreditar que 3 milhões de novos postos de trabalho serão criados até 2024.



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