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domingo, 26 de janeiro de 2020

Tmcel herda passivos de 24 biliões de meticais das extintas TDM e Mcel

Foto de Adérito CaldeiraA Moçambique Telecom SA (Tmcel) iniciou as suas actividades, a Dezembro de 2018, sem injecção de capitais do seu principal accionista, o Estado, e herdando das extintas Telecomunicações de Moçambique (TDM) e Moçambique Celular (mcel) um passivo de 24 biliões de meticais. No último exercício económico antes da fusão as TDM e a mcel voltaram a registar prejuízos de aproximadamente 2 biliões de meticais.

As Demonstrações Financeiras de 2018 das Telecomunicações de Moçambique, analisadas pelo @Verdade, revelam que a empresa estatal, que acumula perdas desde 2012, voltaram registar prejuízos no último exercício económico que antecedeu a sua fusão com a Mcel fechando o ano com um resultado de 785.796.423 meticais negativos.

Gastos com pessoal bilionários numa empresa onde o seu principal negócio há muito deixou de ser o provimento de serviços telefónicos ao público e onde fornecimento de serviços de telecomunicações a outros operadores deixou de gerar rendimentos tendo as vendas caído de 2,4 biliões em 2017 para apenas 1,9 biliões.

Embora no exercício de 2018 os activos tenham melhorado para 19,7 biliões de meticais, comparativamente aos 13,4 biliões em 2017, o passivo continuou a ser o grande problema da outrora emblemática empresa estatal ascendendo a 10,8 biliões de meticais. Influenciaram o crescimento do passivo das TDM dívidas com o Estado relativas ao Imposto sobre o Valor Acrescentado, à Caixa Geral de aposentações, ao Instituto Nacional das Comunicações e facturas atrasadíssima como fornecedores como a Televisa, ZTE Corporation.

Activos da Mcel depreciaram e passivo aumentou

Por seu turno as contas da Moçambique Celular, analisadas pelo @Verdade, indicam que no exercício de 2018, e pelo quarto ano consecutivo, a mais antiga empresa de telefonia móvel do nosso país acumulou prejuízos de 1.179.529.068 meticais negativos.

Desde 2012 que a Mcel tem visto o seu volume de negócios reduzir embora o mercado de telemóveis não pare de crescer no nosso país, no exercício de 2018 a empresa facturou apenas 2,4 biliões de meticais, menos do triplo dos 9 biliões facturados há 8 anos atrás.

Os activos depreciaram de 16,9 para 15,2 biliões de meticais, entre 2017 e 2018, enquanto o passivo global continua a aumentar tendo atingido os 13,5 biliões de meticais onde 11,5 biliões é o passivo corrente que é composto por dívidas de 4,5 biliões a fornecedores e pagamentos atrasados da taxa de espetro, serviço de acesso universal, direitos de utilização de frequências de 800 MHz e uso das infraestruturas das TDM.

Saneamento da Tmcel não poderá ocorrer a curto prazo

“Em 31 de Dezembro de 2018, os passivos correntes da Empresa excedem os seus activos correntes por 9.487.560.877 meticais (2017: 7.730.864.821 meticais) e os resultados transitados são negativos no valor de 7.211.323.259 meticais (2017: 6.008.445.702 meticais)” assinala o Auditor Externo às Contas da Mcel que indica que “A redução de investimento na modernização e expansão da rede afectou o nível de qualidade de serviço e abriu espaço para a migração de clientes para outras operadoras móveis, resultando numa redução da quota de mercado em cerca de 2 por cento relativamente ao exercício”.

Para a continuidade das operações da empresa o Estado moçambicano, o único accionista, decidiu a 26 de Julho de 2016 o projecto de fusão entre a TDM e a Mcel. A 26 de Dezembro de 2018 foi formalmente constituída a Moçambique Telecom SA cujas actividades iniciaram oficialmente a 2 de Janeiro de 2019.

Por decisão do Estado todos os activos e passivos das TDM e da Mcel foram transferidos para a Tmcel que totalizam 34,9 biliões e 24,3 biliões respectivamente.

O Director Executivo de Finanças da Tmcel, Arlindo Dava, revelou ao @Verdade que: “Não houve injecção de capitais para o início de actividades da nova empresa. A Tmcel iniciou com os capitais herdados das extintas TDM e Mcel”.

Arlindo Dava esclareceu ainda ao @Verdade não existe um cronograma para sanear o passivo que a Moçambique Telecom SA herdou. “O saneamento não poderá ocorrer a curto prazo, tendo em conta as dificuldades financeiras que ditaram a fusão das empresas em referência. Entretanto, de acordo com plano apresentado pela Tmcel aos credores, as dívidas serão pagas num prazo máximo de cinco anos”.



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