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quarta-feira, 11 de março de 2020

Governo desconhece situação dos moçambicanos nos países mais afectados pelo coronavírus

Foto de Adérito CaldeiraO Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC) continua sem saber quantos cidadãos moçambicanos estão na China, epicentro do novo coronavírus, na Itália, país que está em quarentena total e onde estão a ser registadas actualmente o maior número de mortes, ou em qualquer dos outros países do globo onde a pandemia do Covid-19 está a fazer vítimas.

Embora na China o surto de Covid-19 pareça estar contido, os números mostram uma redução de novos contágios e de óbitos, o vírus está longe de estar contido e cientistas prognosticam que o mundo terá de conviver com esta nova pandemia durante pelo menos 1 ano que já adoeceu 118.381 cidadãos e causou a morte de 4.292 pessoas. Importa destacar que dos infectados cerca de metade ficaram curados e que a taxa de infecção dos jovens é bastante baixa.

Mas entretanto a doença propagou-se pelo mundo, toda União Europeia já tem casos confirmados, e a Itália tornou-se no segundo com mais doentes e mortes e o Governo de Giuseppe Conte decretou o alargamento da quarentena, que inicialmente abrangia no Norte do país, para os 60 milhões de habitantes no território. Novos doentes tem sido detectados por globo, já são 114 os países e territórios com doentes.

As autoridades de saúde moçambicanas, apesar de todas as dificuldades que enfrentam e de outras doenças que estão a causar óbitos pelo nosso país, tem se revelado à altura na preparação para uma mais do que provável chegada do coronavírus a Moçambique e pretendem requalificar algumas unidades sanitárias para que sirvam de locais de isolamento, caso seja necessário.

No entanto o Governo de Filipe Nyusi demonstra muita negligência relativamente aos moçambicanos que vivem ou estariam em viagem pelos países que estão afectados pelo surto de Covid-19.

Depois de ter admitido em finais de Fevereiro que não sabia quantos moçambicanos estavam na China, Itália ou na Coreia do Sul o @Verdade voltou a contactar o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação onde ninguém sabe quantos cidadãos nacionais podem estar a ser afectados pelo coronavírus e que tipo de apoio podem estar a necessitar.

O porta-voz do MINEC, Geraldo Saranga, está de férias e a ministra não se mostrou disponível para responder ao @Verdade. Tentativas de contactar a embaixada de Moçambique na Itália por telefone ou correio electrónico não obtiveram nenhuma resposta num dia em que morreram mais 196 pessoas, elevando para 827 os óbitos no país europeu.

Organização Mundial da Saúde

Coreia do Sul, Irão, França, Alemanha, Espanha, Estados Unidos da América e o Japão são outros dos principais focos da pandemia, com mais de 500 casos diagnosticados, muitos deles de transmissão local e cujos viajantes tem o potencial de transportar o novo coronavírus.

Localmente nenhuma autoridade moçambicana consegue informar quantos cidadãos chegaram ao nosso país desde o início de Março provenientes da China, Itália ou somente da África do Sul.



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