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terça-feira, 28 de abril de 2020

“Existe ainda muito movimento de pessoas” ministro da Saúde na véspera da renovação do ...

Foto da Presidencia da RepúblicaO balanço dos primeiros 26 dias do Estado de Emergência em Moçambique não é bom: “a suspensão das aulas, o cumprimento é bom, entretanto a permanência dos estudantes no domicílio, que é o objectivo fundamental não parece ter o impacto desejado”, avaliou o ministro Armindo Tiago que reportou ao Presidente Filipe Nyusi que “existe ainda muito movimento de pessoas ao nível das vias públicas e nas nossas estradas”. Diante destas constatações, e embora só exista transmissão activa do novo coronavírus na Província de Cabo Delgado, o Chefe de Estado deverá estender as medidas de prevenção da propagação da covid-19 para o mês de Maio.

Faltando menos de 3 dias para o término do primeiro Estado de Emergência de sempre na História de Moçambique o Chefe de Estado reuniu, nesta segunda-feira (27), a sua Comissão Técnico-Científica para Prevenção e Resposta da covid-19 para fazer o balanço das medidas de nível 3 que estão a ser implementadas desde o passado dia 1 de Abril.

O ministro da Saúde, que lidera a Comissão, começou por avaliar a decisão de suspensão de vistos de entrada e cancelamento dos que estavam emitidos, “o grau de implementação é bom mas ainda persiste algum fluxo de passageiros, particularmente de companhias como a Ethiopian, trazem passageiros que estão retidos no exterior mas, as vezes, trazem outros passageiros”. Um fluxo que só é baixo porque as principais companhias aéreas internacionais que voavam para Moçambique deixaram de o fazer.

O @Verdade apurou que os aeroportos de Maputo, Beira, Chimoio, Chingodzi, Quelimane, Nampula, Lichinga, Pemba e os aeródromos de Inhambane e Vilanculos foram deixados abertos ao tráfego nacional e internacional pelo Governo de Filipe Nyusi assim como os portos de Maputo, Beira, Quelimane e Nacala.

Aliás na revisão das medidas de execução administrativa do Estado de Emergência o Executivo reabriu, no dia 9 de Abril, o aeroporto de Nacala e os portos de Pemba e Mocímboa da Praia. Sobre o reforço das medidas de quarentena “nós achamos que em termos de implementação a classificação é suficiente, uma vez que persistem questões relacionadas com o cumprimento integral desta medida e o desafio é a necessidade de uma fiscalização que seja adequada.

Dos 518.350 cidadãos que entraram em Moçambique desde o início do rastreio de viajantes o @Verdade descortinou que foram colocados em quarentena 11.469 dos quais 970 ainda a cumpriam nesta segunda-feira (27). Ademais o sistema de rastreamento electrónico não está a funcionar na sua plenitude.

“Apesar das medidas decretadas existe ainda muito movimento de pessoas ao nível das vias públicas e nas nossas estradas”

Relativamente “a suspensão das aulas, o cumprimento é bom, entretanto a permanência dos estudantes no domicílio, que é o objectivo fundamental não parece ter o impacto desejado”, declarou o ministro Armindo Tiago destacando que sobre a suspensão da realização de eventos “o cumprimento também é bom em termos de implementação mas persistem desafios no que concerne a cerimónias fúnebres, onde na maior parte dos casos o número de participantes é maior”.

Avaliando a obrigatoriedade da aplicação de medidas de prevenção da covid-19 em todas instituições públicas e privadas o titular da Saúde anotou que embora a implementação seja boa, “continuamos a observar que existe uma elevada carga de trabalho presencial e foi salientada a necessidade de melhorar o uso das máscaras”.

Grafismo de Nuno Teixeira

O ministro Armindo Tiago revelou ainda ao Presidente Nyusi que a medida que menos está a ser cumprida pelos cidadãos em Moçambique é relativa a limitação da circulação interna, “aqui a classificação do grau de implementação é insuficiente. Apesar das medidas decretadas existe ainda muito movimento de pessoas ao nível das vias públicas e nas nossas estradas. Aqui o desafio provavelmente há-de ser uma deficiente sensibilidade cívica do cidadão em termos de cumprimento integral”.

Para além dos milhões de cidadãos que é possível continuar a ver nas ruas um pouco por todo o país dados da Trans African Concessions, concessionária da Estrada Nacional nº 4, indicam que o tráfego entre a Cidade de Maputo e Matola reduziu apenas 33 por cento, das 42 a 45 mil viaturas que diariamente cruzavam a portagem registou-se uma diminuição para 32 a 33 mil viaturas cada um dos 26 dias do Estado de Emergência.

Nyusi submete decisão sobre Estado de Emergência ao crivo da Comissão Política do partido Frelimo

Esperava-se que ainda nesta segunda-feira (27) o Presidente da República anunciasse a prorrogação do Estado de Emergência por mais um mês, contudo Filipe Nyusi tem ainda de submeter as constatações da sua Comissão Técnico-Científica para Prevenção e Resposta da covid-19 ao crivo da Comissão Política do partido Frelimo que deverá chancelar a renovação das medidas de prevenção ficando a dúvida sobre se serão mantidas no nível 3 ou agravadas para o nível 4.

Instituto Nacional de Saúde

Recorde-se que um dos mais importantes membros da Comissão Técnico-Científica para Prevenção e Resposta da covid-19, o director-geral do Instituto Nacional de Saúde antecipou ao @Verdade que depois do dia 30 de Abril “não iremos voltar à vida normal” em Moçambique.

“Vejam o que acontece em muitos países depois de medidas de nível 3 ou são implementadas medidas de nível 4 ou continua-se a implementar medidas de nível 3. Em alguns países após várias semanas de medidas de nível 3 foram implementadas medidas um pouco mais ligeiras mas a vida não volta ao normal. Estou em crer que nós aqui em Moçambique nós não vamos voltar à vida normal a partir do dia 30 de Abril”, argumentou o Dr. Ilesh Vinodrai Jani.



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