Indubitavelmente, nós, como um povo, perdemos o espírito voluntário e mergulhamos numa profunda e alienante cultura que se caracteriza por não adesão ao movimento social que não nos traz benefícios – pecuniários – imediatos ou mesmo a curto ou longo prazo.
Embora tenha falhado, não aprendemos quase nada do sistema socialista que Moçambique abraçou nos primeiros anos da sua reconstrução como uma nação independente e livre do jugo colonial.
Talvez se possa dizer que faltou uma educação cívica sobre a economia do mercado quando adoptámos o capitalismo, prevalecendo a ideia falaciosa segundo a qual o dinheiro é a única solução para todos os problemas da nossa sociedade, lançando-se, assim, para a lata de lixo o sentido de ajuda mútua, união e trabalho comunitário no seio da população.
Hoje em dia, poucos são os moçambicanos, senão nenhum, que se predispõem a fazer trabalho voluntário para o bem-estar da sua comunidade ou mesmo do seu país. E a desculpa é a mesma de sempre: somos um país pobre, somos um povo acometido pela desgraça, ou seja, uma população que sente na pele a ditadura da miséria todos os dias, e precisamos de ganhar dinheiro para o sustento diário em tudo o que fazemos, como se isso fosse um problema exclusivo de Moçambique.
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