O governo moçambicano vai recorr a um empréstimo interno no valor de 3,150.1 milhões de meticais (cerca de 113 milhões de dólares), para financiar a economia nacional ao longo dos próximos tempos, anunciou, Terça-feira (7), em Maputo, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia.
A decisão foi tomada pelo Conselho de Ministros que durante a sua 28a sessão ordinária realizada, Terça-feira (7), em Maputo, que autorizou o Ministro das Finanças, Manuel Chang, a emitir obrigações do tesouro.
Esta decisão do Governo surge numa altura em que correm notícias na imprensa moçambicana sobre atrasos na canalização das contribuições ao Orçamento do Estado por parte de alguns parceiros do Governo.
Por outro lado, há relatos de desgaste de poupanças do Estado junto do sistema bancário interno em 711,6 milhões de meticais (25,6 milhões de dólares) ao longo do primeiro trimestre deste ano.
Segundo o documento da conjuntura económica e perspectiva de inflação elaborado pelo Banco de Moçambique esta situação deve-se a conjugação da redução dos donativos recebidos pelo Governo dos seus parceiros e incapacidade das receitas internas cobrirem o total das despesas públicas.
"O Ministro das Finanças foi autorizado a contratar Obrigações de Tesouro para financiar a economia. É uma divida interna que o Governo vai contratar. O Governo não pode ir buscar mais para não concorrer com as empresas nacionais, porque queremos que os recursos existentes sirvam para financiar as empresas nacionais", disse.
Refira-se que nos próximos tempos, Moçambique terá que buscar fontes alter- nativas para responder ao défice orçamental, quer por via do aumento da arrecadação de receitas para o Estado, ou contracção de dívidas, sobretudo ao nível interno.
Esta situação deve-se a crise da divida soberana que se vive na Europa, que forçou alguns parceiros do Governo a reduzir os seus apoios e outros, já declararam que não vão continuar a financiar o Orçamento do Estado.
Entretanto, as receitas internas ainda não são suficientes para cobrir as despesas públicas, o que obriga o Governo a se endividar. Neste momento os níveis de endividamento de Moçambique quer interno, quer externo são considerados sustentáveis.
"A estratégia do país, apesar da crise, é incentivar a produção nacional, procura da economia noutros quadrantes do mundo, como as economias emergentes, trabalhar com instituições multilaterais, para conseguir mais financiamentos", frisou Cuereneia.
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