Alguém escreveu que se há um muro alto e grande e um ovo que se parte contra ele, não interessa o quão certo está o muro ou quão errado está o ovo, temos de ficar do lado do ovo. Porquê? Porque cada um de nós confronta-se com um muro. A pessoa não podia estar mais certa. Tal pensamento enquadra-se perfeitamente na situação que resvalou na morte de 34 mineiros na África do Sul em nome do respeito pelas leis.
Discutimos de que lado está a razão e distanciamo-nos, cada vez mais, do essencial. Os mineiros tinham paus? Certo. Tinham catanas? Certo. Tinham armas? Certo. Mas não é esse o problema de fundo.
Ainda que os mineiros estejam despidos de razão, a desproporção de forças é, sem dúvida, um elemento chave em todo o distúrbio, mas não o mais importante. Posto isto, é preciso contextualizar duas coisas: a primeira é a situação de desamparo que vivem as classes sociais vulneráveis em países cuja riqueza é controlada pelos de sempre, o mesmo que dizer multinacionais britânicas, americanas, francesas, russas, chinesas, brasileiras e algumas mais.
0 comments:
Enviar um comentário