Grande entrevista com neto de Lázaro Kavandame
Ala sulista da Frelimo maquinou assassinatos contra cidadãos do norte do país
– acusa o neto do histórico Lázaro Kavandame, assassinado por figuras da Frelimo juntamente com os "reaccionários" reverendo Urias Simango, Joana Simeão e muitos outros, em Mtelela, no Niassa
Eu nunca ouvi que houve um reaccionário do sul do país.
Kavandame era de etnia makonde, natural de Mueda. Defendia o capitalismo. Acabou sendo apelidado de "reacionário", com intenções depreciativas, para mais tarde vir a ser ele próprio assassinado com Urias Simango, Joana Simeão, Mateus Gwengere e mais de duas centenas de outros nacionalistas. Foram queimados vivos, em Mtelela, na província do Niassa.
Lázaro Kavandame está a ser tratado por inimigo da FRELIMO, mas ele particularmente não foi inimigo da FRELIMO. Ele tinha uma concepção filosófica que a FRELIMO pensava que estava errada.
Alberto Chipande e Raimundo Pachinuapa entraram na Frelimo graças ao convite de Lázaro Kavandame. Pachinuapa foi secretário particular de Lázaro Kavandame.
Na zona norte de Moçambique a Frelimo implantou uma concepção de que os subsídios que os antigos combatentes auferem vêm do bolso da própria Frelimo. Dizem que tal dinheiro não é do Estado, mas da Frelimo. E dizem que aquele que se desviar da relação com o partido deixa de receber o dinheiro. A Frelimo considera Mueda uma reserva-berço do seu nascimento e como lá existem muitos combatentes impõem ameaças sobre os antigos combatentes alertando-os que a oposição não pode ganhar naquela área.
Maputo (Canalmoz) – Lázaro Kavandame foi um militar histórico da Luta de Libertação Nacional que acabou por se incompatibilizar com a direcção da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) na fase pós assassinato do primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique, Eduardo Chivambo Mondlane.
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