Adjudicação da digitalização à família Guebuza sem concurso
O ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, continua numa verdadeira maratona para tentar tapar o Sol com a peneira, no escândalo da adjudicação, sem concurso público, do negócio da digitalização à empresa da família de Armando Guebuza, o qual ocupa em Moçambique, no momento actual, o cargo de Presidente da República.
Na terça-feira, durante a apresentação da estratégia de migração da radiodifusão analógica terrestre para o sistema digital, Muthisse voltou a produzir mais uma peça teatral, tentando justificar que os lucros da digitalização não vão parar aos bolsos da família Guebuza através da “StarTimes Moçambique”, filial da gigante chinesa “StarTimes Technology”.
“A escolha da ‘StarTimes Tecnology’ não foi um processo de votação, isso não quer dizer que foi um processo arbitrário. Os créditos bilaterais sobre tudo o que é concedido por bancos de exportação não se prestam muito a concursos públicos, são créditos que se destinam a elevar as exportações de bens e serviços dos países que dão créditos”, declamou o ministro, num esforço inglório de manipulação da opinião pública.
É que, fazendo uso da informação privilegiada a que tem acesso, devido ao facto de o chefe da família estar a ocupar a Presidência da República, a família Guebuza criou a “StarTimes Moçambique”, precisamente no mesmo dia (17 de Junho de 2010) em que o então primeiro-ministro de Moçambique, Aires Ali, estava na China em visita de Estado, acompanhado pelo então ministro das Comunicações, Paulo Zucula, tendo os dois estado reunidos com o PCA da “StarTime” chinesa, Xin Ping. Não há margem para dissociar uma coisa da outra.
Convém lembrar que o sinal digital de TV foi introduzido em Moçambique pela “StarTime Moçambique”, empresa liderada pela filha de Armando Guebuza. A escolha da China não tem que ver com a disponibilidade de crédito, até porque também havia uma opção japonesa. A opção pela China é mesmo para que a empresa da filha de Guebuza não se limitasse apenas à venda dos descodificadores e telemóveis, que, de resto, são negócios de quantias irrisórias para a família Guebuza.
A estratégia da migração
A estratégia apresentada, esta terça-feira, na sessão do Conselho de Ministros, traça as linhas mestras que irão guiar o processo até à data do apagão geral das televisões, programado para o dia 17 de Junho de 2015 pela União Internacional das Comunicações. Este prazo não se aplica às rádios, que continuarão ainda por um período a usar o sistema analógico.
A estratégia define de forma sistemática o modelo empresarial de negócio, o quadro de financiamento, a arquitectura técnica e tecnológica, o enquadramento legal, a estratégia de comunicação e de divulgação do processo de migração. (Redacção com Eugénio Bapiro)
CANALMOZ – 16.04.2014
Pesquisar neste blogue
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Gabriel Muthisse tenta tapar o Sol com a peneira
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comments:
Enviar um comentário