Instabilidade compromete o censo
O SECRETARIADO Técnico de Administração Eleitoral (STAE) reconheceu na quinta-feira, em Maputo, que ainda existem brigadas do recenseamento eleitoral que ainda não começaram a trabalhar, passadas que foram seis semanas desde que iniciou o processo, a 15 de Janeiro último, cujo término está previsto para 29 deste mês.
Falando em Conferencia de Imprensa, o porta-voz deste organismo eleitoral, Lucas José, disse que o não funcionamento destas brigadas tem a ver com a situação de instabilidade política que se faz sentir em algumas zonas da província de Sofala, assim como a problemas de acessos provocadas pelas chuvas na Zambézia e Nampula.
“Na província de Sofala está-se a verificar uma situação externa aos órgãos eleitorais. Devido á falta de segurança dos brigadistas, do material de votação e dos próprios eleitores, temos equipas que ainda não arrancaram com a sua actividade de registo de eleitores. É uma situação sobre a qual não temos controlo e que não podemos conjecturar nada em torno dela. Não podemos dizer quando é que os problemas de segurança vão acabar”, afirmou a fonte, para depois frisar que as brigadas que deveriam trabalhar nessas zonas, estão prontas a realizar a sua actividade a qualquer momento, desde que se ultrapasse a situação actualmente vivida naquelas zonas.
Dados disponíveis indicam que pelo menos 13 postos de recenseamento ainda não começaram a funcionar. Trata-se de nove postos do distrito de Gorongosa, dois em Nhamatanda, um em Marigué e um em Machanga.
Para além da tensão político-militar que se faz sentir na zona centro, estão por detrás do não funcionamento destes postos, a situação de enxurradas que estão a dificultar a transitabilidade nas vias de acesso para o interior. Deste modo dos 320 postos de recenseamento que deviam operar em Sofala, apenas estão a funcionar 307.
Durante o “briefing” com os jornalistas, Lucas José afirmou que para além da situação que se vive em Sofala, constituem ainda preocupações do órgão eleitoral as chuvas e inundações que se estão a registar nalguns pontos das províncias da Zambézia, Nampula e, sobretudo de Cabo Delgado. “As calamidades naturais que continuam a fazer-se sentir em Nampula, Zambézia e Cabo Delgado constituem a nossa grande preocupação, porque estão a fazer decrescer o número de registos diários, muito embora a tendência dos últimos dias aponte para um abrandamento dessa situação”, considerou.
Apontou como exemplo dessa situação em Cabo Delgado, onde, antes das enxurradas, a média de registos diários, em toda província, era de onze mil inscrições, cifra que baixou agora para seis mil.
Apesar deste cenário, Lucas José mostrou-se optimista no que tange ao registo de um cada vez maior número de eleitores, em todo o país, mercê da melhoria da prestação, particularmente, dos brigadistas. Segundo afirmou, nos últimos dias tem-se registado melhorias na digitação dos dados dos eleitores no acto de recenseamento, o que não só reduz o tempo de inscrição, como também eleva o número de recenseados por dia.
“Começa a existir uma maior flexibilidade dos brigadistas no registo de eleitores, isto aliado ao abrandamento das chuvas, maior assistência logística e técnica das brigadas designadamente em termos de equipamentos sobressalentes e consumíveis”, sublinhou.
No que respeita aos eleitores registados até ao momento, Lucas José disse que os últimos dados recolhidos apontam para uma inscrição de 4.121.011 eleitores, o correspondente a 40.78 por cento do universo estimado, calculado em 9.143.923.
Este número corresponde a subida de cerca de 600 mil eleitores em relação ao número divulgado pelo STAE na semana passada.
NOTÍCIAS – 05.04.2014
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domingo, 6 de abril de 2014
Instabilidade compromete o censo
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