Mais de 1.000 muçulmanos manifestaram na sexta-feira passada em várias cidades de Israel contra um projecto de lei do Governo para reduzir o volume dos altifalantes que convocam para a oração nas mesquitas.
A imprensa local informou que em cidades como Kafr Qasim, Tayibe e Rahat foram feitas manifestações ao final da tradicional oração das sextas-feiras, com a participação de centenas de pessoas em cada uma.
O projecto de lei foi aprovado no domingo pelo Conselho de Ministros do governo israelita, mas está bloqueado por um recurso da oposição dos partidos ultra-ortodoxos judeus, que temem que os seus costumes religiosos também sejam afectados, como o uso de sirenes para anunciar o início do shabat, o dia do descanso semanal judaico, feito aos sábados.
Com a oposição dos partidos, o projecto voltou ao executivo. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu que a legislação é destinada a minimizar inconvenientes gerados aos cidadãos dos centros de oração, mas despertou o fantasma da luta religiosa.
Num protesto em Umm al-Fahm, a principal cidade árabe de Israel e reduto da ilegalizada Northern Faction of the Islamic Movement (Facção Norte do Movimento Islâmico), o deputado Youssef Yabarin afirmou que milhares de pessoas sairão às ruas se a lei passar na primeira leitura.
"Os árabes são uma minoria e a ligação entre as mesquitas e à oração faz parte de sua identidade colectiva", declarou ao popular portal de notícias "Walla".
Até mesmo a Autoridade Nacional Palestina (ANP) advertiu que pedirá ajuda ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se Israel levar adiante o projeto de lei, conforme afirmou no último dia 18 o porta-voz presidencial Nabil Abu Rudeina.
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