Mais 33 presos foram encontrados mortos numa penitenciária do Brasil na madrugada desta sexta-feira, informou o governo estadual de Roraima, dias após uma rebelião num outro presídio, em Manaus, ter deixado 56 mortos como resultado de uma luta entre facções.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social do governo do Estado, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Roraima está no interior da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo avaliando o local. A secretaria não tinha mais detalhes sobre as mortes. Em nota, o governo afirmou que "a situação está sob controle".
Em Outubro do ano passado, uma briga entre facções rivais na mesma penitenciária terminou com 10 mortos, mas o secretário de Justiça de Roraima, Uziel de Castro, disse em entrevista à rádio BandNews que as mortes desta sexta não têm relação com o incidente do ano passado.
O secretário reconheceu que o presídio sofre de superlotação, mas disse que não houve fuga relacionada com as mortes. Segundo o secretário, o massacre desta sexta pode ter sido promovido por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), cujos membros seriam a maioria dos 56 mortos em um motim no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
As mortes em Manaus teriam sido cometidas pela facção Família do Norte, que é rival do PCC. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, deve viajar para Roraima ainda nesta sexta para acompanhar de perto a situação. O ministro também esteve esta semana em Manaus após a rebelião na cidade.
Especialistas em segurança alertaram que novos casos de violência podem ocorrer no sistema penitenciário do país em consequência da violência entre facções rivais. "As autoridades devem estabelecer prioridade total e emergencial em todas unidades do Brasil onde existem facções rivais, antecipar futuras rebeliões e separar os grupos", disse o vice-presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, Marcos Fuchs.
A rebelião em Manaus foi a mais violenta registada no Brasil desde o episódio conhecido como Massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992, que terminou com 111 presos mortos. Como resultado da rebelião na capital do Amazonas, o governo federal decidiu antecipar a apresentação de um Plano Nacional de Segurança Pública, que visa a combater o crime organizado e modernizar a gestão de presídios.
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