O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, confirmou esta sexta-feira que não vai concorrer às eleições gerais previstas para Agosto, decisão com a qual irá encerrar uma era de 38 anos no poder.
O anúncio do líder angolano foi feito durante reunião do seu partido, na qual apresentou como novo candidato presidencial o ministro da Defesa, João Lourenço, informou a imprensa local.
O candidato à vice-presidência será o actual ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa.
Santos não disse nada sobre a possibilidade de concorrer a outro cargo, algo apontado por fontes do seu próprio partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
O Presidente anunciou recentemente que iria deixar "a atividade política ativa" em 2018, mas não tinha deixado claro o que faria nas eleições deste ano.
Aos 74 anos, Santos governa Angola desde 1979 e foi amplamente criticado pelas violações dos direitos humanos cometidas contra activistas e opositores políticos.
Recentemente, nomeou a sua filha, Isabel dos Santos, considerada a mulher mais rica de África, como presidente do Conselho de Administração da Sonangol, responsável pelos combustíveis de Angola e principal accionista do Banco Comercial Português (BCP), a maior entidade privada de Portugal.
Tal medida abriu espaço para especulações sobre uma eventual candidatura de Isabel para o comité central do MPLA, mas o líder acabou por nomear outros dois dos seus filhos.
O Governo de Santos foi acusado de prender activistas que defendem os direitos humanos, num país que ocupa a 123ª posição de 180 na lista de liberdade de imprensa no mundo, elaborada pela ONG Jornalistas Sem Fronteiras.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo de África, mas metade da população vive com menos de 2 euros por dia.
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