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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Juiz ordena prisão preventiva de ex-presidente do Peru no caso Odebrecht

Um juiz peruano emitiu nesta quinta-feira uma ordem de prisão preventiva de 18 meses contra o ex-presidente Alejandro Toledo, por supostamente ter recebido 20 milhões de dólares norte-americanos em subornos da construtora brasileira Odebrecht. Funcionários Públicos moçambicanos, durante o mandato de Armando Guebuza, também receberam subornos da empreiteira brasileira para a adjudicação da construção do aeroporto de Nacala.

O juiz Richard Concepción, titular do Primeiro Tribunal de Investigação Preparatória da Sala Penal Nacional, confirmou a ordem de prisão preventiva solicitada pelo promotor anti-corrupção Hamilton Castro, quem acusa o ex-presidente dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Toledo encontra-se fora do Peru, e aparentemente esteve no último fim de semana em Paris (França), embora a sua residência seja nos Estados Unidos da América, onde trabalha como pesquisador na Universidade de Stanford.

Este facto foi um dos motivos que levou o juiz a ordenar a prisão de Toledo, outras razões para mandado foram a gravidade dos crimes de que ele é acusado, com penas de pelo menos quatro anos de prisão.

Além disso, indicou que os "elementos de provas" existentes são suficientes e "respaldam com alto grau de confiabilidade" as acusações contra o ex-presidente.

Portanto, o juiz rejeitou a solicitação feita pelo advogado de Toledo, Heriberto Jiménez, para que o ex-presidente tivesse aparições regulares no tribunal, ao invés de permanecer preso enquanto continua a investigação.

Segundo o promotor Hamilton Castro, a Odebrecht e Toledo acordaram com o pagamento de 20 milhões de dólares à favor do ex-Presidente, para favorecer a construtora na licitação da Estrada Interoceânica do Sul, que atravessa o território peruano, a partir da costa do Oceano Pacífico até a fronteira com o Brasil.

Dos 20 milhões de dólares em subornos, a Promotoria identificou cerca de 9 milhões pagos entre 2006 e 2010 em contas de empresas "offshore" de Josef Maiman, empresário peruano-israelita que serviu como testa-de-ferro do Presidente, disse Castro.

Toledo é a primeira grande figura da política peruana acusada de ter recebido dinheiro da Odebrecht, cujos responsáveis confessaram para a Justiça norte-americana que pagaram 29 milhões funcionários públicos do Peru entre os anos de 2005 e 2014. Esse período de pagamentos ilícitos compreende os Governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).

O Gabinete Central de Combate a Corrupção revelou recentemente que até “Maio os factos chegarão a Moçambique com as identidades das pessoas envolvidas”.



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