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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Negociações para paz em Moçambique vão continuar sem mediadores internacionais

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, anunciou esta sexta-feira(03) o fim da mediação internacional nas negociações de paz entre o Governo e o partido Renamo. A nova fase do diálogo foi confirmada também por Afonso Dhlakama, “Será a partir da segunda-feira que vamos criar os novos grupos, grupo para tratar de assuntos da descentralização da Administração do Estado e um grupo dos assuntos militares e assim iremos retomar o diálogo lá em Maputo”.

“O povo moçambicano está verdadeiramente agradecido e aprecia os esforços dos mediadores que concorreram para a aproximação de posições entre o Governo e a Renamo. Esta fase do processo de diálogo hoje pode-se considerada encerrada”, disse em Maputo o chefe de Estado moçambicano durante as cerimónias centrais do Dia dos Heróis, que foi comemorado.

Nyusi revelou ainda que tem “mantido uma interacção cordial com o líder da Renamo com vista a concretização de dois grupos especializados que irão em separado debruçar-se sobre os assuntos militares e da descentralização. Terei o enorme prazer de anunciar dentro de dias o passo subsequente resultante dos consensos alcançados”.

Esta nova fase das negociações foi confirmada esta sexta-feira por Afonso Dhlakama, falando em tele-conferência a partir da Gorongosa com os membros do seu partido e jornalistas em Quelimane.

“Será a partir da segunda-feira que vamos criar os novos grupos, grupo para tratar de assuntos da descentralização da Administração do Estado e um grupo dos assuntos militares e assim iremos retomar o diálogo lá em Maputo”, declarou o líder da Renamo, citado pela Rádio Moçambique.

Questionado sobre o fim efectivo da guerra Dhlakama disse que “Tudo vai depender do meu irmão, o Presidente da República, para ver se até Março ou Abril alguns pontos como o da descentralização possam entrar na Assembleia da República para serem aprovados. Não posso prometer que até lá vamos prorrogar”, acrescentou referindo-se a trégua militar declarada em Dezembro e estendida mais tarde até Março.

As negociações para a paz, com a presença de mediadores internacionais, pararam em meados de Dezembro sem acordo, após meses de reuniões.

Os mediadores internacionais que participaram das negociações foram selecionados pelas duas partes, tendo a Renamo apontado um grupo de representantes indicados pela União Europeia, Igreja Católica e África do Sul, enquanto o Governo nomeou o ex-Presidente do Botswana Quett Masire, pela Fundação Global Leadership (do ex-secretário de Estado norte-americano para os Assuntos Africanos Chester Crocker), a Fundação Faith, liderada pelo ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, e o antigo Presidente da Tanzânia Jakaya Kikwete.

Além do pacote de descentralização e da cessação dos confrontos, a agenda do processo negocial integra a despartidarização das Forças de Defesa e Segurança e o desarmamento do braço armado da maior partido de oposição, bem como sua reintegração na vida civil.



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