A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou, terça-feira, o rapto domingo do jornalista Daniel Ngadjadoum, do jornal "Tribune Info", e intimidações contra dois outros pela Agência Nacional de Segurança (ANS), serviço de Contra-espionagem e Inteligência tchadiano afeto diretamente à Presidência da República.
Daniel Ngadjadoum foi raptado domingo, à saída da Igreja, por dois homenos armados num veículo sem chapa de matrícula e de vidros fumados, e ninguém sabe do seu paradeiro desde então.
As razões deste rapto, segundo algumas fontes locais, seriam a tribuna escrita pelo jornalista, a 22 de fevereito corrente, intitulado "Idriss Deby, um Presidente Poker mentiroso" na qual Ngadjadoum lembrava as entrevistas dadas pelo Presidente tchadiano Deby nos anos 2000.
Nessas entrevistas, o Presidente teria prometido que não iria recandidatar-se, para depois fazer-se eleger em 2016 após ter modificado a Constituição, em 2005.
Além disso, acrescentou RSF, há vários dias, os diretores Eric Kikinangué, do jornal "Tribune Info", e Malachie Dionbé Mbaigara, do "Mutations", conseguiram regressar à clandestinidade na sequência de ameaças telefónicas alegadamente provenientes .
"À RSF denuncia estes métodos de intimidação contra os jornalistas e exorta as autoridades a respeitar o Estado de Direito. Este tipo de práticas apenas fazem perpetuar a insegurança e uma impunidade incompatível com uma democratização duradoura do país", declarou Clea Khan Sriber, um dos responsáveis do gabinete África.
O Presidente da União dos Jornalistas Tchadianos denunciou estes atos de violência e apelou os que se sentem lesados pelos jornalistas a ter recursos às instituições judiciais mais que recorrer ao terror.
A organização para a defesa dos jornalistas lembra que desde as eleições em abril de 2016, o Tchad foi submetido a uma corte total das redes sociais restabelecidas há algumas semanas e que as detenções arbitrárias de jornalistas e intimidações contra a imprensa estão frequetentes, alimentando um clima de medo e limitando assim as críticas do poder.
O Tchad ocupa o 127 lugar dos 180 países na classificação anual de 2016 estabelecido por RSF ganhando oito lugares em relação ao ranking de 2015.
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