A Hungria aprovou planos nesta terça-feira para deter imigrantes em campos localizados em sua fronteira, relatou a agência estatal de notícias MTI, um passo que, segundo a ONU, viola a lei da União Europeia e terá um "impacto físico e psicológico terrível" nos postulantes a asilo.
As medidas aprovadas pelo Parlamento também irão aumentar os controles na fronteira húngara, que vem sendo um dos focos da crise imigratória da Europa desde 2015.
A fronteira sul com a Sérvia marca a divisa externa do chamado Espaço Schengen, área de livre circulação da UE, por onde centenas de milhares de pessoas entraram no país.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, procurou justificar a medida dizendo que seu país tem que agir para se defender, descrevendo o influxo de imigrantes - muitos deles fugindo de conflitos no Oriente Médio e na África - como um "cavalo de Troia para o terrorismo".
No mês passado, o chefe de gabinete de Orban disse que a Hungria planeava montar dois ou três campos ao longo de sua fronteira sul onde os imigrantes seriam mantidos até que seus pedidos de asilo sejam processados.
Os imigrantes cujos pedidos não forem aprovados de imediato não terão permissão para se movimentar livremente pela Hungria, mas ficarão detidos em campos dos quais só poderão sair rumo à Sérvia, de acordo com o projecto de lei aprovado pelo parlamento.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Cécile Pouilly, disse que, na prática, isso irá condenar os postulantes a asilo, inclusive crianças, a uma detenção prolongada em contentores de carga cercados de arame farpado.
"Ninguém pode pisar em solo húngaro ou da União Europeia sem permissão", afirma o ministro do Interior, Sándor Pinter, no projecto de lei.
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