A trégua de 60 dias, findos esta semana, foi prorrogada por igual tempo, a partir deste sábado (04) até 04 de Maio próximo, anunciou nesta sexta-feira (03) o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, numa tele-conferência a jornalistas na capital da moçambicana.
Assumindo a responsabilidade que tem sido deixada para si, pela contra-parte, de declarar as tréguas aos bocadinhos, Afonso Dhlakama disse: “a partir de 00h00 de 04 de Março em curso a 04 de Maio” próximo.
Prosseguindo, ele enfatizou que “vamos ter trégua por mais 60 dias”, para permitir que o diálogo político decorra num ambiente isento de tiros, a economia do país ganhe um novo alento e haja sossego.
Durante o armistício, a “Perdiz” espera ver encerrado o pacote sobre a descentralização e o enquadramento dos seus quadros nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), bem como submetido à Assembleia da República (AR) para aprovação.
“Porquê mesmo não se parar com as mortes de um e doutro lado [Forças de Defesa e Segurança e Renamo]. Por isso declaro mais uma trégua”.
O presidente da Renamo acho que “a paz é sagrada” de tal sorte que “podemos ter problemas políticos e tudo”, mas ela nunca deve faltar.
Ademais, “se as pessoas dormem bem nas suas casas, viajam bem, sem disparos (...) nas nossas bases e nos quartéis dos outros [Forcas de Defesa e Segurança]”, a vida não se torna complicada.
A paz de que se tem falado, de há tempos a esta parte, “é apenas a do calar das armas”, reconheceu Afonso Dhlakama, manifestando o seu desejo de Moçambique alcançar uma “paz verdadeira e efectiva”, em que a população se sinta livre, circule de lés a lés sem receios e testemunhe o desenvolvimento por ela própria criado.
Na ocasião, o líder da Renamo falou também sobre a presença do chamado Grupo de Contacto – anunciado esta semana pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, – na mesa das negociações.
Trata-se de sete embaixadores e um representante da UE em Moçambique, nomeadamente os embaixadores do Reino Unido, da Suíça, da Irlanda, dos Estados Unidos, da China, da Noruega, do Botswana e o chefe da Missão da União Europeia (UE) em Moçambique, para apoiarem nos esforços de estabelecimento de uma paz efectiva, anunciou na terça-feira (28), a Presidência da República.
Segundo Afonso Dhlakama, “desde Dezembro para cá conseguimos, com o meu irmão Filipe Nyusi, encontrar alternativas” quando os mediadores internacionais abandonaram o país sem nenhum acordo em relação à descentralização e cessação das hostilidades militares, dois assuntos fundamentais para a almejada paz permanente.
O líder da maior força da oposição moçambicana disse ainda que os países que representam o Grupo de Contacto são os financiadores deste novo modelo de negociações, a pedido das partes em conflito.
“Eles são também observadores do processo, financiam tudo e não ficam à mesa [do diálogo]”, mas “terão o direito de procurar saber como é que as coisas estão a andar (...)”, explicou o Dhlakama, sublinhando que sendo esses países os financiadores não querem morosidade no desfecho do processo, porque “quanto mais tempo” passar sem consensos, mais “dinheiro vão gastar (...)”.
O Grupo de Contacto reuniu-se na quinta-feira (02) com o Presidente da República e voltam a sentar à mesa na segunda-feira (06), segundo Dhlakama.
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