Mais uma mulher, cuja identidade foi omitida pelas autoridades policiais, é acusada de ferir gravemente o seu marido, com recurso à papa fervida, no distrito de Manica, província com o mesmo nome, e encontra-se em parte desconhecida.
Segundo o depoimento da ofensora à Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, o facto deu-se durante uma briga entre o casal, enquanto ela cozinhava papa para pequeno-almoço.
Supostamente, o homem teria proferido palavras que deixaram a mulher com os nervos à flor da pele, e, ela, descontrolada, atirou a panela contra as costas do esposo, que até ao fecho desta edição continuava sob cuidados médicos.
A Polícia não revelou as identidades do ofendido e da senhora, mas está no encalço da indiciada, disse Elsídia Filipe, porta-voz da PRM em Manica.
Este é apenas um de vários e aterradores casos considerados de violência doméstica, que ocorrem no país.
Um dos casos mais mediatizados aconteceu na província de Maputo, onde na madrugada de 04 de Fevereiro último, no bairro Tsalala, no município da Matola, uma jovem de nome de Anifa Maulele regou o corpo do marido, de nome Rúben Matsombe, com óleo quente de cozinha, depois de uma alegada briga conjugal.
Dias depois, também numa madrugada, um homem de 58 anos de idade, identificado pelo nome de Armando Dzimba, ateou fogo, intencionalmente, no quarto onde se encontrava a dormir com a esposa, de nome de Celeste Muchanga, de 48 anos de idade, na cidade de Xai-Xai, província de Gaza, devido a problemas ainda não esclarecidos. Infelizmente, o ofensor morreu a caminho do hospital.
Uma mulher de 33 anos de idade, identificada pelo nome de Samira Martins, foi privada de liberdade, na cidade de Quelimane, província da Zambézia, acusada de queimar gravemente o marido com recurso a gasolina e vela, causando-lhe queimaduras do primeiro e segundo graus em mais de 40% do corpo, por razões passionais.
Os agentes da Lei e Ordem, através do seu porta-voz do Comando-Geral, Inácio Dina, chegou a aconselhar os casais que enfrentem problemas conjugais, a ponto de entrarem em rota de colisão, a divorciarem. E justificou: “não estamos a incentivar divórcios, mas quando uma relação não tem condições para continuar, no lugar de se atingir o extremo de se tirar a vida ou mutilar-se, é melhor arranjar outra solução que não prejudique as crianças ou as famílias”.
Volvidos dias, as organizações moçambicanas da sociedade civil, que defendem os direitos da mulher e lutam pela igualdade de género, vieram a público, por meio de um comunicado, alegar que condenam e desencorajam a violência física contra qualquer ser humano, mas contrariamente ao suposto repúdio, pareciam desvalorizar a barbárie que se instalou na sociedade e que consiste em algumas mulheres queimarem os seus parceiros com óleo quente de cozinha, água fervida ou gasolina.
No entender das mesmas entidades, “a violência exercida pela mulher é vista como uma aberração, porque contraria expressamente a ordem patriarcal e é totalmente desproporcional à violência dos homens contra as mulheres, que representam a esmagadora maioria dos casos (...)”.
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