Quando a assistente humanitária Idalia Amaya chegou ao local de um deslizamento de terra que devastou Freetown, capital de Serra Leoa, ficou horrorizada ao ver casas arrastadas, vilarejos inteiros soterrados pela lama e corpos flutuando por ruas alagadas.
"Os corpos simplesmente desciam pelos córregos... muitas pessoas choravam e gemiam", disse Amaya, coordenadora de reação de emergência dos Serviços de Assistência Católicos (CRS, na sigla em inglês).
"Foi uma visão horrível – foi devastador", disse a norte-americana à Thomson Reuters Foundation, por telefone, nesta quarta-feira, dois dias depois de testemunhar os resultados fatais da tragédia.
A encosta de uma montanha desmoronou na manhã de segunda-feira sobre a cidade de Regent, subúrbio de Freetown, soterrando dezenas de residências enquanto as pessoas dormiam e matando ao menos 400 delas. Mulheres e crianças foram as mais atingidas em um dos deslizamentos de terra mais letais na África em décadas.
Agentes de resgate encontraram 400 corpos até o momento, mas esse número deve ultrapassar os 500 à medida que as buscas continuam, disse Seneh Dumbuya, legista-chefe de Freetown, na terça-feira.
"A chance de se encontrar mais sobreviventes é de pouca a nenhuma", afirmou Amaya. "É muito difícil procurar na lama".
"Muitas das vítimas eram mulheres e crianças, já que os homens tinham saído cedo para trabalhar. É de partir o coração ver pais e maridos que perderam todos seus parentes".
Pelo menos 3 mil pessoas ficaram desabrigadas e precisam urgentemente de alimento, abrigo e assistência de saúde, e 600 outras estão desaparecidas, de acordo com a Cruz Vermelha.
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