O presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, assegurou um segundo mandato no cargo, anunciou nesta sexta-feira a comissão eleitoral, mas a oposição rejeitou o resultado, dizendo que o processo foi prejudicado por fraude.
Kenyatta teve 54,3 por cento dos votos de terça-feira, à frente do rival Raila Odinga, que teve 44,7 por cento, de acordo com números divulgados pelo chefe da comissão eleitoral, Wafula Chebukati.
Quase 80 por cento dos 19 milhões de eleitores registrados votaram. Muitos quenianos temem uma repetição da violência que ocorreu após a acirrada eleição de 2007, quando cerca de 1.200 pessoas foram mortas e centenas de milhares deslocadas, em protestos que levaram a matanças étnicas.
Nesta sexta-feira, a polícia do Quénia usou gás lacrimogêneo para conter protestos políticos na cidade ocidental de Kisumu, um reduto da oposição, e Mathare, uma região de Nairóbi, disseram testemunhas da Reuters.
Os protestos aconteceram minutos após a comissão eleitoral informar que o presidente Kenyatta havia conquistado um segundo mandato de cinco anos na eleição desta semana, apesar de fortes objecções do líder da oposição, Odinga.
Falando após o resultado ser anunciado, Kenyatta ofereceu um ramo de oliveira à oposição, pedindo unidade nacional e paz.
“Estendo-me a vocês, me estendo a todos os seus apoiantes”, disse Kenyatta em comentários direcionados a Odinga. “Para nossos irmãos, nossos dignos concorrentes, nós não somos inimigos, nós somos todos cidadãos da mesma república”.
Anteriormente nesta sexta-feira, a oposição, liderada por Odinga, que perdeu as duas últimas eleições em meio a reclamações de fraude, disse rejeitar o processo após suas queixas não terem sido tratadas.
“Nós levantamos algumas preocupações muito sérias, eles não responderam. Como Nasa (coligação da oposição), nós não seremos parte do processo que eles estão prestes a fazer”, disse a repórteres a autoridade sénior da oposição Musalia Mudavadi.
James Orengo, um dos tenentes de Odinga e um agente eleitoral para a coligação da oposição, disse que o processo havia sido uma “charada”. Ele elogiou o histórico do povo queniano de enfrentar eleições "roubadas" e disse que havia “alternativas constitucionais” para desafiar qualquer resultado, mas ele não chegou a pedir protestos.
“Ir aos tribunais, para nós, não é uma alternativa. Nós já estivemos lá”, disse.
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