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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Emmerson Mnangagwa tomou posse como novo presidente do Zimbabwe

Emmerson Mnangagwa tomou posse nesta sexta-feira como presidente do Zimbabwe diante de milhares de apoiantes entusiasmados no estádio nacional de Harare, encerrando oficialmente os 37 anos de governo de Robert Mugabe. Moçambique esteve representado no evento pelo Chefe de Estado Filipe Nyusi.

Ao fazer o juramento, o ex-chefe de segurança de 75 anos conhecido como “O Crocodilo” prometeu respeitar a Constituição da antiga colónia britânica e proteger os direitos de todos os 16 milhões de cidadãos do Zimbabwe.

Durante discurso, Mnangagwa disse ainda que eleições serão realizadas no próximo ano, e reconheceu que houve “erros” durante o mandato de Mugabe.

Embora a maioria dos zimbabweanos tenha comemorado a saída de Mugabe, de 93 anos, que levou uma das nações mais promissoras da África à penúria e ao despotismo, alguns estão receosos do futuro com Mnangagwa.

Eles questionam em especial o seu papel nos chamados massacres de Gukurahundi, em Matabeleland, em 1983, quando estimadas 20 mil pessoas foram mortas em uma onda de repressão da Quinta Brigada, treinada na Coreia do Norte, contra opositores de Mugabe.

Mnangagwa negou qualquer participação nas atrocidades, e desde que voltou ao país, depois de passar duas semanas escondido, vem pregando a democracia, a tolerância e o respeito pelo Estado de Direito.

“O povo falou. A voz do povo é a voz de Deus”, disse ele a milhares de apoiantes na quarta-feira na sede do partido governista Zanu-PF.

Mugabe recebeu imunidade penal e a garantia de que sua segurança será protegida em seu país natal como parte do acordo que levou a sua renúncia, disseram fontes com conhecimento das negociações.

Na quinta-feira, Mnangagwa pediu que os cidadãos não se envolvam numa “retribuição vingativa” - em tom de reconciliação semelhante aquele assumido por Mugabe há quase quatro décadas.

Mas o tratamento duro do Exército a figuras leais a Mugabe – Ignatius Chombo, ex-ministro das Finanças, foi hospitalizado devido a espancamentos sofridos sob detenção militar, disse o seu advogado – não apaziguo os temores a respeito da verdadeira visão que Mnangagwa tem da democracia.

“Foi uma maneira muito brutal e draconiana de lidar com os oponentes”, disse o advogado de Chombo, Lovemore Madhuku, à Reuters.

Mugabe, que era o chefe de Estado há mais tempo no cargo em todo o mundo, renunciou na terça-feira, quando o Parlamento iniciava um processo de impeachment contra ele e exactamente uma semana depois de o Exército intervir para tomar o poder.



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