Tropas israelitas mataram quatro manifestantes palestinos e feriram ao menos 200 ao longo da fronteira entre Israel e Gaza nesta sexta-feira, disseram autoridades médicas palestinas em Gaza, elevando o número de mortos para 27 nos distúrbios que já duram uma semana.
Eles disseram que os manifestantes, incluindo dois jovens de 16 e 17 anos, foram mortos a tiros em locais de protesto ao longo da fronteira, em mais uma rodada de protestos diários que começaram em 30 de março e têm sido chamados de “A Grande Marcha de Retorno”.
Habitantes de Gaza, incluindo refugiados palestinos e seus descendentes que buscam reconquistar suas residências ancestrais no que agora é Israel, montaram acampamentos com barracas a algumas centenas de metros dentro da cerca de 65 quilómetros que separa Israel da Faixa de Gaza.
Grandes grupos de jovens se aventuram muito mais perto da zona proibida ao longo da barreira, arriscando serem atingidos por disparos das tropas israelitas, para rolar pneus em chamas e atirar pedras.
“Israel tirou tudo de nós, a terra natal, a liberdade, o nosso futuro”, disse Samer, um manifestante de 27 anos que não deu seu nome completo, temendo represálias de Israel. “Eu tenho dois filhos, um menino e uma menina, e se eu morrer, Deus tomará conta deles”.
O número de manifestantes na sexta-feira foi maior do que nos últimos dias, mas menor do que no início dos conflitos em 30 de março, quando 17 palestinos foram mortos por forças israelitas. O Exército israelita estimou o comparecimento desta sexta-feira em cerca de 20 mil.
Refugiados compõem a maior parte da população de 2 milhões de pessoas de Gaza, um enclave governado pelo movimento islamista Hamas, que clama pela destruição de Israel e é designado pelo ocidente como uma organização terrorista.
Muitos dos mortos eram militantes, disse Israel, que posicionou atiradores de elite na fronteira para impedir que palestinos tentem “qualquer violação da infraestrutura de segurança e da cerca que protegem os civis israelitas”.
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