Os mentores da Coligação Esperança do Povo (E- Povo), uma das quatro alianças já inscritas na Comissão Nacional de Eleições (CNE), para concorrer nas eleições autárquicas em Outubro próximo, “divorciaram-se” por divergência de ideias já nas vésperas de colocar em prática a causa que levou à criação da referida coligação. Um dos dissidentes, Yacub Sibind, do Partido Independente de Moçambique (PIMO), piscou o olho à Renamo.
A E- Povo era formada pelo PIMO, pelo Partido Trabalhista (PT), de Miguel Mabote, e pelo Partido de Renovação Nacional (PARENA), liderado por André Balate. Este foi o primeiro a retirar-se do conjunto.
O segundo foi Yacub Sibind, que também deixou Miguel Mabote à sua própria sorte e a andar de lés a lés com os dossiês da sua formação política debaixo dos sovacos, porque, ao que o @Verdade apurou, ele não dispõe de instalações, um problema que enferma o grosso ou todos os partidos extra-parlamentares moçambicanos.
Yacub Sibind começou por afastar-se do grupo de formações políticas que só surgem no período de eleições e negou que lhe chamem lambe-botas, em resultado de, por vezes, atrelar-se à Frelimo, partido contra o qual exalou fel durante esta entrevista.
O presidente do PIMO disse que quando se idealizou a coligação da qual se desarticulou defendia-se que “as eleições de Outubro deste ano e as gerais do próximo ano deviam ser de mudança” e era preciso consciencializar o eleitorado nesse sentido.
A estratégia do E-Povo consistia, prosseguiu o nosso interlocutor, em “nós mobilizarmos todos os partidos extra-parlamentar”, ou pelo menos um número considerável deles, e “congregá-los num só bloco que incluía também a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM)”.
No momento das eleições autárquicas, elaborar-se-ia uma única lista de candidatura, com vista a estancar as supostas manobras eleitorais que a “Frelimo usa nas fraudes”.
Contudo, o desiderato gorou-se alegadamente porque os outros partidos que integravam a coligação não percebem que o “antídoto anti-fraude é única candidatura da oposição (...). Não podemos ir às eleições dispersos, mas sim, unidos”.
“Alguns membros da E-Povo defendiam a ideia de se concorrer para multiplicar os símbolos dos seus partidos nos boletins de voto”, o que “facilita a Frelimo fazer a fraude. Eu não posso ser cúmplice disso”, afirmou Yacub Sibind, sem esconder que corrobora com o discurso segundo o qual a Frelimo “nunca ganhou as eleições”, mas sim, recorreu a fraudes para se manter no poder (...).
“Eu quero a Frelimo fora” do poder porque “faz uma governação danosa do país (...). A Frelimo nunca desejou uma democracia real, por isso, há muitas abstenções”, durante os processos eleitorais.
“Não há justiça no país porque eles [os da Frelimo] querem ser venerados como único partido” que governa (...).
Questionado se a Renamo e o MDM tinham consentido a ideia da coligação ora fracassada, Yacub Sibind respondeu positivamente e disse que o apoio do MDM à Renamo na segunda volta da eleição intercalar na cidade de Nampula foi parte do pensamento do E-Povo.
“Juntei-me à Renamo porque o meu projecto precisa de suporte político”, sobretudo porque o fim da “administração danosa” praticada pela Frelimo depende de uma oposição com visão, disse.
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