Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Oposição do Zimbabwe não aceita vitória eleitoral "ilegítima"; ...

O líder da oposição do Zimbabwe, Nelson Chamisa, negou-se nesta quinta-feira a aceitar a proclamação como vencedor das eleições presidenciais do actual chefe de Estado, Emmerson Mnangagwa, que qualificou de "fraudulenta, ilegal e ilegítima". Moçambique, através do Presidente Filipe Nyusi, já reconheceu a vitória, "Em nome do Povo, do Governo da República de Moçambique e no meu próprio, gostaria de felicitar Vossa Excelência pela eleição como Presidente da República do Zimbabwe".

Em entrevista coletiva, o candidato presidencial do Movimento pelo Mudança Democrática (MDC) reiterou que os resultados, anunciados esta madrugada, são "falsos", e, embora não tenha divulgado as provas que afirmou possuir, afirmou que a apuração alternativa da legenda demonstraria sua vitória com 2,3 milhões de votos.

O prazo para impugnar os resultados termina em sete dias e, embora Chamisa tenha evitado confirmar se irá à Justiça, antecipou que buscará "a anulação desses resultados e tomará todas as medidas possíveis", nas quais a sua "equipe jurídica" trabalha.

"Inclusive se formos aos tribunais, teremos muitas provas sobre a fraude nas eleições. Mostraremos as provas no momento oportuno", disse Chamisa, que mencionou as razões "legais e políticas" para não entregar relatórios que supostamente provariam que Mnangagwa não obteve dois milhões de votos.

"Ganhamos estas eleições e estamos preparados para formar o próximo Governo. Não mostraremos respeito por algo inválido e nulo como a declaração feita pela (Comissão Eleitoral do Zimbábue) ZEC", apontou o político.

Ao ser questionado sobre ter feito contacto com o presidente eleito, o candidato opositor respondeu que tentou, "mas ele não está disponível. Queria pedir que aceitasse a derrota".

Chamisa reivindicou a Mnangagwa, "se realmente for um democrata", que "honre a sua promessa de eleições livres e justas".

"Conhece o resultado, sabe que perdeu, tem que ser honesto e sincero. Não deve aceitar resultados corruptos", acrescentou.

O líder do MDC acusou a ZEC de "arrogância" e de "não entender que as eleições correspondem aos cidadãos".

"É um manipulação mal feita. (Robert) Mugabe pelo menos era sofisticado", disse em referência ao homem que governou o país desde a sua independência em 1980 até a renúncia forçada em Novembro.

A entrevista coletiva começou mais tarde do que o previsto, porque soldados da unidade anti distúrbios da polícia invadiram o hotel onde seria realizada para expulsar os jornalistas, alegando que deviam comprovar as suas credenciais.

No meio da confusão, apareceu o ministro zimbabweano de Informação, Simon Khaya Moyo, para ordenar aos agentes que fossem embora e não interrompessem a entrevista coletiva.

Pouco depois, Mnangagwa publicou duas mensagens em sua conta do Twitter nas quais garantiu que "as cenas vividas hoje não acontecem na nossa sociedade", e anunciou uma "investigação urgente" sobre a intervenção policial.

"Nos últimos nove meses, protegemos a liberdade de imprensa, a liberdade de reunião e a liberdade de criticar ao Governo. É uma parte indispensável do novo Zimbabwe. Não é negociável e não mudará. Ganhamos as eleições de maneira livre e justa e não temos nada que temer e nem que esconder. Qualquer um é livre de se dirigir aos meios quando quiser", acrescentou.

Após vários dias de espera e tensão, a ZEC anunciou ontem à noite os resultados oficiais e anunciou a vitória de Mnangagwa com 50,8% dos votos, graças principalmente aos seus bons resultados nas áreas rurais.

Embora hoje as ruas da capital tenham amanhecido com relativa calma, nos últimos dias os protestos protagonizados por seguidores do MDC e reprimidos pela polícia e Exército deixaram pelo menos seis mortos.

Presidente Nyusi felicita Mnangagwa

"Em nome do Povo, do Governo da República de Moçambique e no meu próprio, gostaria de felicitar Vossa Excelência pela eleição como Presidente da República do Zimbabwe" afirmou o Presidente Filipe Nyusi numa mensagem emitida poucas horas após a divulgação dos resultados oficias.

O Chefe de Estado moçambicano afirma não ter "dúvidas que o Povo do Zimbabwe falou alto e claramente, por conseguinte, desejo, sinceramente, muitos sucessos no desempenho do legítimo mandato que vos foi conferido para liderar os seus destinos, neste importante cargo de Chefe de Estado e de Governo".

"Estou certo que sob a Vossa liderança, continuaremos a desfrutar de relações estreitas, como aliados empenhados em proteger os interesses dos nossos cidadãos e em trabalhar juntos para o sucesso da região, especialmente na edificação de sociedades democráticas e prósperas, mediante a implementação de projectos e iniciativas conjuntos em áreas como energia, turismo, transportes e comunicações, apenas para citar alguns", concluiu Nyusi.



via @Verdade - Últimas https://ift.tt/2OJ5jCK

Related Posts by Categories



0 comments:

Enviar um comentário