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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Presidente da RD do Congo designa seu sucessor como candidato nas eleições

O presidente da República Democrática (RD) do Congo, Joseph Kabila, decidiu nesta quarta-feira acatar a Constituição, que o proíbe de concorrer a um terceiro mandato, e nomeou como candidato governista para as eleições de 23 de Dezembro Ramazani Shadary, segundo uma fonte governamental.

Shadary, secretário do Partido do Povo pela Reconstrução e o Desenvolvimento (PPRD), foi vice-primeiro-ministro e responsável de Interior e agora é a pessoa designada por Kabila como candidato da coligação Frente Comum pelo Congo (FCC) para as eleições, informou à imprensa o ministro de Comunicação e Mídia do país, Lambert Mende.

Kabila e outros membros do partido reuniram-se esta semana, no dia em que termina o prazo de apresentação das candidaturas presidenciais, em Kingakati, onde o chefe de Estado tem uma residência.

Kabila, que ocupa o poder desde o assassinato do seu pai, Laurent Kabila, em 2001, manteve até o último momento as dúvidas sobre se respeitaria a lei e não voltaria a se candidatar e rejeitou confirmar publicamente que não concorreria às eleições.

Agora, o partido tem que apresentar formalmente a candidatura de Shadary à Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), antes do encerramento do prazo. Para as eleições de 23 de Dezembro, que acontecem dois anos depois do inicialmente previsto, a oposição fez uma convocação para que haja uma candidatura comum que consiga tirar Kabila, ou o candidato que ele indicar, do poder.

No entanto, são vários os candidatos opositores com força na corrida eleitoral: o ex-vice-presidente congolês Jean-Pierre Bemba, absolvido de crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), e Félix Tshisekedi, filho do histórico líder opositor Étienne Tshisekedi do principal partido da oposição, a União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS).

Já o dirigente do Juntos pela Mudança, Moïse Katumbi, não será candidato, pois teve sua entrada no país negada repetidamente durante os últimos dias, depois que ele tentou retornar do exílio na Zâmbia, já que a RD do Congo não reconhece sua nacionalidade congolesa, pois ele supostamente a perdeu quando recebeu a italiana.



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