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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Moçambique é o décimo pior do mundo no Índice de Desenvolvimento Humano

Foto de Júlio PaulinoMoçambique continua entre os piores países do mundo com um Índice de Desenvolvimento Humano(IDH) de 0,437: a expectativa de vida melhorou muito pouco, a escolaridade expectável permanece inalterada assim como os anos de estudo, mas piorou o rendimento per capita dos moçambicanos.

O IDH divulgado na semana passada contém actualização das estatísticas mundiais e recalculados usando novas metodologias pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) por isso a publicação ressalva que “é enganoso comparar valores e classificações com os de relatórios publicados anteriormente”. O nosso país por exemplo havia sido classificado no ano passado na posição 181, dos 188 países avaliados, no entanto no índice deste ano essa classificação foi revista em alta para o lugar 179.

Porém os dados estatísticos mais actualizados indicam que mesmo com um Ministério dedicado ao desenvolvimento humano a “Pérola do Índico” continua entre os piores países do globo atrás de Estados literalmente falhados como a Eritreia, o Yémem, o Sudão ou a Guiné-Bissau.

O IDH vem confirmar as denuncias do @Verdade que embora o Governo faça propaganda que está a gastar grande parte do Orçamento do Estado no Desenvolvimento Humano e na Saúde na realidade está é a pagar salários dos funcionários desses sectores porque investimento em novas escolas e unidades sanitárias quase não há.

Pesaram para classificação neste Índice, que avalia o progresso dos países na saúde, educação e rendimentos, a baixa expectativa de vida dos 28,8 milhões de moçambicanos, que aumentou somente de 58,3 em 2016 para 58,9 em 2017. Continua a ser mais alta a expectativa de vida das mulheres, 61 anos contra 56,7 dos homens.

Os anos esperados de escolaridade permanecem inalterados em 9,7 e só de estuda efectivamente uma média de 3,5 anos, tal como era em 2015 e em 2016. As raparigas são neste quesito as mais penalizadas tendo uma estimativa de permanência escola de 9,2 anos e estudando efectivamente apenas 2,5 anos, enquanto os rapazes espera-se que estudem 10,2 anos e ficam na escola 4,6 anos.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Um estudo do Banco Mundial indica que somente 18 por cento dos moçambicanos que entram para o ensino primário é admitido à escola secundária, quando a média é que 48 por cento passam da 7ª classe. Portanto as cerca de 3 milhões de crianças que passam da 7ª classe não frequentam a 8ª classe porque simplesmente não existem escolas para eles. As poucas escolas existentes, 539 no total, localizam-se a mais de 10 quilómetros de caminhada para muitos desses adolescentes.

A “Estatística da Educação, Levantamento Escolar de 2017” mostra que a cada nova classe milhares de moçambicanos vão sendo deixados para trás, não por vontade própria mas porque não existem escolas e professores, atingindo a 12ª classe somente pouco mais de 63 mil alunos em Moçambique.

No que a infra-estruturas de Saúde diz respeito entre 2016 e 2017 apenas foi construído um hospital rural e 42 centros de saúde aumentando de 1596 para 1639 o número de unidades sanitárias no país.

Relativamente a profissionais de saúde o Instituto Nacional de Estatística indica que reduziram os médicos especialistas em Moçambique, de 705 em 2016 para 625 no ano passado, e aumentaram de 1446 para 1555 os médicos não especialistas. Porém este aumento para 2.180 médicos está longe de satisfazer as necessidades da população que aumentou disparando o rácio que era de 1 médico para 12.552 cidadãos para 1 médico para cada 13.239 moçambicanos.

Desenvolvimento Humano em Angola muito melhor do que em Moçambique

Mas o quesito que piorou foi o rendimento per capita dos moçambicanos, que passou de 1.098 para 1093 dólares norte-americanos, e a desigualdade que está em 32,6 por cento, sendo de 35,6 por cento à nascença, 33,8 por cento na educação e 28,4 por cento nos rendimentos obtidos.

Comparativamente Angola ascendeu para o grupo dos países de Desenvolvimento Humano médio, com um índice de 0,581, graças a expectativa de vida que é de 61,8 anos, os alunos tem previsão de estudar 11,8 anos e o rendimento per capita é de 5.790 dólares norte-americanos.

No topo mantém-se a Noruega com 0,953 de Índice de Desenvolvimento Humano pois os seus cidadãos vivem em média até aos 82,3 anos, os alunos esperam estudar 17,9 anos e ficam nas escolas 12,6 anos, e o rendimento per capita é de 68.012 dólares norte-americanos.

Piores do que Moçambique estão classificados a Libéria, o Mali, o Burkina Faso, a Serra Leoa, o Burundi, o TChad, o Sudão do Sul, a República Centro Africana e o Níger.



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