Uma idosa, acusada de feitiçaria, morreu vítima de sevícias protagonizadas pela própria família, nas vésperas da celebração do Dia Internacional do Idoso, no distrito de Marromeu, província de Sofala. O seu marido, também violentado, sobreviveu por um golpe de sorte, com ferimentos ligeiros.
Segundo o Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Marromeu, a malograda e o seu marido foram submetidos a uma sessão agressões físicas e psicológicas, no último domingo (30), na sequência da morte de uma criança na sua família.
A situação gerou descontentamento e alguma desinteligência, porque os parentes das vítimas achavam que estas eram os responsáveis pela morte da referida criança, após cair doente.
O @Verdade apurou de outras fontes que o casal era rejeitado pela própria família, devido à acusação de feitiçaria.
Domingos Canivete, sobrevivente, disse que a sua mulher praticamente morreu nas mãos dos agressores. “Éramos maltratados todos os dias porque diziam que somos feiticeiros e matávamos criança da família e outros membros”.
Em Moçambique as pessoas da terceira idade são vítima de estigmatização e exclusão social generalizadas.
Em 2013, a Assembleia da República (AR) aprovou uma lei de promoção e protecção dos direitos dos idosos.
Apesar de a norma em causa responsabilizar e criminalizar as pessoas que submetam os idosos a situações que consubstanciem violação dos seus direitos, pouca coisa mudou no dia-a-dia desta camada social.
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