A Índia disse que seus aviões de guerra atacaram um campo de treinamento de militantes dentro do Paquistão nesta terça-feira, matando “um número muito grande” de combatentes e elevando o risco de um conflito entre os vizinhos com armas nucleares, mas autoridades paquistanesas negaram ter havido baixas.
O ataque aéreo perto da cidade de Balakot, situada a cerca de 50 quilómetros da fronteira, foi a incursão mais profunda da Índia através da divisa desde a última de suas três guerras com o Paquistão, em 1971.
Islamabad repudiou a ação indiana e disse que reagirá em um momento e um local de sua escolha. Segundo o governo indiano, os ataques aéreos atingiram um campo de treinamento do Jaish-e-Mohammed (JeM), que assumiu a autoria de um ataque suicida com carro-bomba que matou ao menos 40 policiais paramilitares indianos na Caxemira no dia 14 de fevereiro.
A acção foi ordenada, disse a Índia, porque sua inteligência mostrou que o Jaish estava planejando mais ataques. “Diante do perigo iminente, um ataque preventivo se tornou absolutamente necessário”, disse o secretário das Relações Exteriores, Vijay Gokhale, aos repórteres.
“A existência de tais instalações de treinamento, capazes de treinar centenas de jihadistas, não poderia ter funcionado sem o conhecimento das autoridades paquistanesas”, afirmou Gokhale.
O Paquistão nega abrigar o JeM, grupo originalmente anti-Índia que forjou laços com a Al Qaeda e está em uma lista de terroristas da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2001.
Em Dezembro de 2001, combatentes do Jaish, além de membros de outro grupo militante radicado no Paquistão, o Lashkar-e-Taiba, realizou um ataque contra o Parlamento indiano que quase provocou uma quarta guerra.
Gokhale disse que “um número muito grande” de militantes morreu nos ataques com caças franceses Mirage 2000 contra um campo de treinamento do Jaish próximo de Balakot, cidade da província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwa.
Segundo Gokhale, o comandante do campo era Maulana Yusuf Azhar, cunhado do líder do JeM, Masood Azhar. Uma fonte de alto escalão de Nova Délhi disse que 300 militantes morreram nos ataques e que os aviões de guerra penetraram até 80 quilómetros no Paquistão – mas não surgiram indícios imediatos para sustentar as afirmações sobre baixas de militantes.
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