Um jovem de 25 anos de idade agrediu fisicamente a sua própria mulher e, em seguida, desistiu de viver, no distrito de Govuro, província de Inhambane, onde o suicídio tem sido recorrente, sobretudo da parte dos homens. Ele matou-se com recurso a uma arma de fogo de fabrico caseiro.
Alguns parentes contaram ao @Verdade que havia muito tempo que o casal viva uma relação conturbada, marcada por desavenças, porquanto o malogrado desconfiava que a mulher o traía. “Vigiava os seus passos, mesmo sem fundamentos” para o efeito.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera Moçambique um país com maior taxa de suicídios em África. O Índice de Progresso Social, realizado há alguns anos, sugere que a taxa de suicídio tem vindo a subir de forma alarmante nos últimos tempos, devido a factores tais como a negligência em relação a distúrbios mentais que apoquentam algumas pessoas. Inhambane tem-se revelado um exemplo disso, pela negativa.
Supostamente movido por ciúmes, após ouvir o toque do telefone da mulher, Armando Baptista, reagiu com palavras injuriosas e acusou-a de estar a “interagir com os amantes”.
A jovem viúva disse que no aparelho na origem da briga que acabou em tragédia não entrou chamada alguma, mas sim, o que tocou foi um alarme activado inadvertidamente por um dos filhos.
Quando a senhora pegou no aparelho para desactivar o aludido alarme, o marido entendeu que a mulher estava a apagar mensagens de prováveis amantes.
“Ele insultou-me e bateu-me muito (...). Pensei que ia me matar na presença das crianças”, narrou a jovem, que, para além de chorar por conta das dores que sentia, resultantes da violência física, lamentava também a morte do seu próprio ofensor.
Quando o finado parou de esmurrar a consorte, ainda deu ordens para que ela parasse de chorar e fosse acarretar água a fim de tomar banho, “para me acompanhar em casa dos meus pais”.
“Fui ao banho, preparei as crianças e disse que ele já podia nos levar”, afirmou a jovem, acrescentando que, afinal, o homem só estava a descansar para ganhar fôlego. “Voltou a bater-me e disse que podia queixar onde eu quisesse, incluindo à Polícia”.
Temendo pela morte, a mulher saiu de casa e caminhou em direcção a uma unidade policial, de acordo com as sua declarações. No regresso, o homem não estava em casa, mas não demorou retornar. Aparentemente inofensivo, Armando Baptista caminhou para o interior do seu domicílio, onde pegou numa arma de fogo de fabrico caseiro e suicidou-se.
Refira-se que, em 2017, pelo menos 47 indivíduos recorreram ao suicídio para resolver os problemas que enfrentavam no meio onde vivia, só em Inhambane.
Dessas vítimas, 30 foram homens e 17 mulheres. As autoridades policiais mostram-se, também, preocupadas porque o número aumento em sete casos, relativamente a 2016, em que houve 40 vítimas.
via @Verdade - Últimas http://bit.ly/2SfkAQU
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