O Estado moçambicano assumiu semana finda a gestão da Sociedade Águas da Região de Maputo, S.A., (AdeM) que desde 1999 estava entregue a privados. O @Verdade apurou que o Conselho de Administração, dirigido por José Ferrete, e cujo mandato terminava em Junho próximo, foi substituído. “No quadro da gestão delegada a perspectiva é continuar a gestão privada”, esclareceu o director-geral do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água, Pedro Paulino, perspectivando que: “A ideia é que o FIPAG deixe de ser o maior accionista”.
Responsável pela gestão e exploração dos serviços de abastecimento de água às cidades de Maputo, Matola e Boane há cerca de 20 anos as AdeM são uma das poucas empresas que presta serviço público sem precisar de injecções financeiras do Governo e, mesmo sem dar lucros, não tem um passivo elevado junto à banca e gera as receitas necessárias para o seu pleno funcionamento.
Com a explosão urbana nas cidades de Maputo e Matola a água potável cujas tarifas tinham apenas o propósito de recuperar os custos da sua produção e distribuição tornou num negócio rentável e com um potencial de lucro exponencial.
O @Verdade apurou que na semana passada, sem nenhuma informação pública nem procedimentos formais, o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), accionista maioritário, decidiu alterar o Conselho de Administração liderado por José Ferrete que estava em funções desde Julho de 2016. Ferrete foi substituído por Elias Machava, que até a data desempenha era director de planificação desenvolvimento no FIPAG.
Para ocupar o cargo de Administrador de Produção e Suporte Técnico, anteriormente ocupado por Gildo Timóteo, foi indicado Henry Cossa enquanto para o lugar de Estaline Machoe, Administrador comercial, foi nomeada Elsa Gumancave.
A Águas da Região de Maputo, uma sociedade onde são accionistas o FIPAG e a MAZI, herdou a distribuição de água, facturação e atendimento de clientes em Maputo, Matola e Boane em 2011 ao abrigo de um Contrato de Cessão rubricado em 1999 entre o Estado e a Águas de Moçambique, SARL, um sociedade comercial entre a francesa SAUR International e a MAZI.
O Contrato de Cessão inicial foi de 15 anos porém em Novembro de 2014 o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água e as AdeM extenderam-no até Novembro de 2019.
“A ideia é que o FIPAG deixe de ser o maior accionista”
Entrevistado pelo @Verdade o director-geral do FIPAG esclareceu que “o que nós pretendemos foi reforçar, estamos a entrar para um momento particular de fim de contrato então há aspectos particulares de valência das pessoas que devem ser aprimorados”.
Pedro Paulino disse ao @Verdade que os funcionários do FIPAG vão assegurar o período de transição no entanto “ainda não está bem definido” até quando nem como será feita a gestão futura da Águas da Região de Maputo.
Contudo Paulino revelou que: “No quadro da gestão delegada a perspectiva é continuar a gestão privada. Para isso tem que haver um momento em que se lança um concurso público. A ideia é que o FIPAG deixe de ser o maior accionista”.
O @Verdade entende que a intervenção do Estado numa empresa em boa saúde financeira e com potencial de geração de receitas perspectiva a entrega do negócio a privados moçambicanos. Aliás a MAZI, acionista minoritário desde 1999, é uma sociedade de empresas nacionais que envolve importantes membros do partido Frelimo e já possui 27 por cento da Sociedade Águas da Região de Maputo.
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