A petrolífera Anadarko, que lidera o consórcio que vai explorar o gás natural existente nos campos de Atum e Golfinho da Área 1, na Província de Cabo Delgado está a esconder que os vencedores dos concursos públicos que tem lançado em Moçambique não são empresas moçambicanas. Entre 2018 e o 1º semestre de 2019 quase um bilião de Dólares com fornecedores estrangeiros.
Desde o início do ano têm sido publicados, particularmente no diário que clama ser o de maior circulação no nosso país, anúncios de “Manifestação de Interesse” para o provimento de serviços ou bens a petrolífera Anadarko Moçambique Área 1 (AMA1).
Desde a construção de um aeródromo aos serviços de gestão da infra-estrutura, a construção da estrada para Palma, construção da vila de reassentamento e da cidadela para os funcionário, equipamentos de apoio submarino, veículos blindados, serviços aéreos regulares, evacuação médica por helicóptero, programa de controlo da malária ou mesmo a concepção de um sistema de abastecimento de água para as comunidades em Afungi são várias dezenas os pedidos de Manifestação de Interesse” que no entanto não são seguidos de anúncios a indicar a quem foram adjudicados e nem mesmo os montantes acordados.
O Relatório de Contas da Anadarko Petroleum Corporation indica quem em 2017 a empresa gastou 525 milhões de Dólares em Moçambique e outros 444 milhões foram gastos nas actividades que estão a decorrer antes da Decisão Final de Investimento, que será anunciada nesta terça-feira (18).
Pedidos de informação formais do @Verdade à AMA1 sobre os vencedores de cada concurso não tem sido respondidos desde finais do ano passado.
Questionado pelo @Verdade, em Novembro de 2018, o vice-presidente da Anadarko e director-geral em Moçambique, Steve Wilson, apenas declarou “Não tenho os números”.
A verdade é que nenhuma das grandes obras ou serviços, que até estão a ser prestados por cidadãos moçambicanos, não foram adjudicados a empresas moçambicanas.
Paralelamente outros serviços e bens de grande envergadura e com custos bilionários, como é o caso da fábrica de liquefação de gás, tem sido adjudicados directamente a fornecedores estrangeiros.
Enquanto isso o Governo de Filipe Nyusi, tal como o seu antecessor, continua a manter na gaveta a Lei de Conteúdo Local quem dentre outras vantagens, iria garantir pelo menos uma percentagem fixa de negocio directo com a Anadarko às Pequenas e Médias Empresas moçambicanas.
Aliás o Chefe de Estado não se tem problemas em afirmar que essa lei depende da boa vontade das petrolíferas assim como o gás natural que é destinado ao mercado doméstico, o @Verdade apurou que as quantidades não estão contratualizadas mas antes à discrição da Anadarko.
via @Verdade - Últimas http://bit.ly/2KVNkta
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