O Presidente Filipe Nyusi e Ossufo Momade anunciaram neste domingo (02) que pretendem assinar um Acordo de Paz em Agosto próximo, tal como o fizeram Armando Guebuza e Afonso Dhlakama em Setembro de 2014, à tempo das Eleições Presidenciais, Legislativas e Provinciais de 15 de Outubro.
Depois da falta de entendimento sobre a integração dos guerrilheiros do partido Renamo na Polícia da República de Moçambique e nos Serviços de Informação e Segurança do Estado, e farpas trocadas através dos meios de comunicação social, Nyusi e Momade, que se reuniram na Cidade de Chimoio, disseram a jornalistas ter constado existirem condições para o desfecho do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), considerando a evolução do processo de descentralização, exigência que levou a Renamo a retornar as matas após as eleições de 2014, e os passos dados pela Comissão de Assuntos Militares, assessorada pelos Peritos Internacionais.
“Chegamos a consenso que temos que avançar, temos que integrar as forças residuais da Renamo e o Grupo de DDR terá que iniciar com o seu trabalho. Gostaríamos que até Agosto pudéssemos ter o Acordo de Cessar Fogo”, declarou neste domingo (02) Ossufo Momade a jornalistas.
Indiferente aos problemas do Recenseamento eleitoral que havia afirmado, na semana passada, estar inquinado de “esquemas fraudulentos” protagonizados pelo partido Frelimo como forma “perpetuar-se no poder de forma ilícita e ilegítima” o líder do maior partido de oposição em Moçambique prometeu ainda “vamos realizar as eleições sem que tenhamos forças da Renamo nas matas” sem no entanto garantir que as armas serão entregues.
Por seu turno o Chefe de Estado detalhou que “durante o mês de Junho vamos começar com o processo de desarmamento e também a reintegração, naturalmente há aspectos jurídicos que tem que nortear isso, por exemplo a Lei de Amnistia tem que ser criada para as pessoas ficarem certas que não serão perseguidas”.
“(...) Decidimos que o mais tardar no início do mês de Agosto o Acordo de Paz Definitivo tem que ser celebrado” afirmou o Presidente Nyusi que anunciou ainda que as partes acordaram iniciar a preparação da Conferência Internacional para pedir dinheiro aos Parceiros de Cooperação para custear a Reintegração dos guerrilheiros da Renamo.
Recorde-se que ao abrigo do Memorando de Entendimento sobre os Assuntos Militares rubricado pelos beligerantes em Agosto de 2018 o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração deveria ter ficado concluído em Abril passado e por essa altura também deveria ter sido firmado o novo Acordo de Paz, que será o terceiro depois de Guebuza e Dhlakama em 2014 e de Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama em 1992.
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