A quarta edição da Cimeira Financial Times em Moçambique, a ter lugar no dia 11 de Setembro, na cidade de Maputo, vai permitir um debate mais aberto e amplo sobre os passos que o País deve dar, para evitar os erros cometidos por outras nações relativamente à gestão dos recursos minerais e energéticos, em particular o gás natural.
É um evento que conta com o apoio do Standard Bank e que acontece depois do anúncio da Decisão Final de Investimento (DFI), por parte do consórcio liderado pela Anadarko, que prevê investir cerca de 25 mil milhões de dólares norte-americanos na exploração de gás natural na Área 1, em Cabo Delgado.
Para o presidente da Comissão do Conteúdo Local e Ligações Empresariais na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Florival Mucave, o País precisa, neste momento, de promover um debate comparativo de políticas para fazer as melhores escolhas no que diz respeito à aplicação dos ganhos resultantes da exploração do gás natural.
“Depois do anúncio da DFI, estamos numa posição mais confortável para ter um debate mais aberto sobre o que se pode fazer na área do gás. É verdade que as expectativas que temos podem, até certo ponto, serem irrealistas, mas precisamos de saber como devemos agir para alcançarmos o desenvolvimento”, considera Florival Mucave.
Por seu turno, o alto comissário da África do Sul em Moçambique, Mandisi Mpahlwa, entende que o País deve aproveitar este encontro para colher subsídios que vão permitir uma melhor gestão dos massivos investimentos a serem feitos no âmbito da exploração do gás natural.
“Esta cimeira traz peritos com enorme conhecimento e experiência de como estes projectos foram executados e geridos em outras partes do mundo. Moçambique tem a vantagem de ter tido a oportunidade de digerir muita informação que teve em ocasiões anteriores e deve pensar e planear os próximos passos. Estamos a falar de investimentos de biliões de dólares, que vão criar milhares de postos de trabalho, o que requer habilidades, fornecedores de bens e serviços, infraestruturas, entre outras necessidades”, afirma Mandisi Mpahlwa.
Entretanto, o director regional do Norfund, Chishamiso Mawoyo, defende que o Governo deve considerar outras formas de garantir o desenvolvimento da economia, e não se concentrar somente no sector do gás.
“Para um País conseguir crescer de forma sustentável, é necessário diversificar a sua economia, e esta cimeira é uma oportunidade de colhermos as experiências de outros países, para tomarmos as melhores decisões”, sublinha o director regional do Norfund. Importa realçar que, para a presente edição, a cimeira terá como tema “Construindo Resiliência para um Crescimento a Longo Prazo”, dada a necessidade e pertinência do debate sobre reformas e soluções que possam permitir um crescimento sustentável da economia, transformando os actuais desafios em oportunidades.
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