No âmbito da implementação da campanha denominada “Recuperação de Suspensos”, a empresa Águas da Região de Maputo (AdeM) removeu, na sexta-feira, 9 de Agosto, no Bairro Língamo, no município da Matola, na província de Maputo, 30 ligações irregulares, que ocasionavam perdas estimadas em mais de 450 metros cúbicos de água, correspondente a uma facturação mensal de cerca de 200 mil meticais.
Trata-se de uma iniciativa que visa, essencialmente, a recuperação de 2.500 clientes da empresa que se encontram suspensos, devido a várias irregularidades, como ligações clandestinas, bypass, falta de pagamento de facturas, entre outras, detectadas na zona da Matola A.
Para além do Bairro Língamo, a acção vai abranger, igualmente, outros bairros da Área Operacional da Matola. Segundo Recildo Mahache, gestor da Zona-1, Matola e Trevo da AdeM, em termos de perdas, a empresa contabilizou 2.500 clientes que consomem, de forma fraudulenta na Matola A, uma média de 15 metros cúbicos de água por mês. “Esse universo de clientes causa à AdeM uma perda de cerca de 1.7 milhões de meticais por mês”, explicou o gestor.
Questionado sobre o destino dos clientes infractores, Recildo Mahache disse que para "desencorajar este tipo de acções, terão que prestar declarações junto das autoridades policiais a fim de serem responsabilizados pelos actos praticados. Para já, os técnicos da empresa têm feito as devidas remoções das ligações irregulares detectadas, sendo que alguns clientes, nesta situação, deverão efectuar o pagamento das dívidas, quer seja de forma cabal ou faseada, à empresa”, referiu o gestor.
Marta José, um dos clientes, cuja ligação clandestina foi removida pela equipa técnica da AdeM, alegou que a sua acção resulta da falta de condições para o pagamento das dívidas que mantém com a empresa. “É a primeira vez que eu faço isto. Tenho esta ligação, a partir da qual forneço aos meus inquilinos, há um mês. Sei que o que fiz é um delito. Peço desculpas e apelo aos outros para que não optem por ligações clandestinas”, confessou Marta José.
Por sua vez, Julião Sequela, cliente com contrato suspenso, desde 2017, devido ao não pagamento das facturas, indicou que o corte no fornecimento de água à sua residência está na origem da ligação clandestina que efectuou.
“Fui apanhado. Peço desculpas. Peço uma oportunidade para pagar a dívida que tenho com a AdeM de forma faseada”, disse Julião Sequela. Importa referir que a operação desencadeada pela AdeM vai decorrer por tempo indeterminado, devendo abranger os 44 bairros que compreendem a Área Operacional da Matola.
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