O Banco de Moçambique (BM) flexibilizou a forma de constituição de reservas obrigatórias pelos bancos comerciais. Para administrador delegado do Standard Bank, Chuma Nwokocha, “é uma notícia bem vinda pelos bancos porque vai libertar um pouco mais liquidez para aplicar em créditos para os nossos clientes”. Dados mais recentes do banco central indicam que o “crédito ao sector privado mantém um crescimento positivo mas ainda baixo perante acções de reestruturação da carteira de empréstimos e a contínua contracção da componente em moeda externa”.
“A evolução mais recente dos agregados monetários e financeiros impõe a actualização da forma de constituição de reservas obrigatórias, de modo a conferir maior flexibilidade à gestão de liquidez das instituições de crédito abrangidas”, divulgou o BM através do Aviso 8/GBM/2019 de 8 de Agosto.
Entrevistado pelo @Verdade o administrador delegado do Standard Bank comentou esta revisão do banco central: “é uma notícia bem vinda pelos bancos porque vai libertar um pouco mais liquidez para aplicar em créditos para os nossos clientes”.
“Não esquece que em termos de crédito existe a parte da demanda, não depende só do banco querer e poder emprestar mais, em princípio a revisão do coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional implica que haver mais liquidez para aplicar nos clientes dos bancos”, explicou ainda Chuma Nwokocha.
Questionado pelo @Verdade sobre o alto custo do dinheiro nos bancos comerciais administrador delegado do Standard Bank disse que o “prémio de custo já foi revisto” e, sem indicar taxas específicas deu a entender que os spreads da instituição financeira que dirige estão abaixo do que é oficialmente divulgado.
Entretanto, um outro banqueiro, Manuel Soares, Administrador do Banco Comercial e de Investimentos (BCI), alertou em Maio, durante um encontro com empresários Confederação das Associações Económicas, “que o facto de existir uma elevada liquidez não significa que o sistema financeiro aumente o crédito a economia”.
Soares explicou que devido as Normas Internacionais de Relato Financeiro os bancos passaram a ter que “ser mais exigentes”, indicando como exemplo que uma empresa com capital social de 20 mil Meticais não pode receber um crédito de 60 milhões, “podemos dizer que o empresário tem património, que as suas contas a ordem tem bons saldos mas a realidade é que eu não estou a conceder crédito as contas estou a conceder pela análise da sua empresa”.
Crédito mal parado reduziu de 11,7 por cento, em Maio, para 10,6 por cento, em Junho
Os dados mais recentes do Banco de Moçambique indicam que o “crédito ao sector privado mantém um crescimento positivo mas ainda baixo perante acções de reestruturação da carteira de empréstimos e a contínua contracção da componente em moeda externa. Em termos mensais, após cinco meses consecutivos de crescimento positivo, em Junho, o crédito reduziu em 0,7 por cento, para 2,2 por cento, a reflectir, essencialmente, a redução da carteira de crédito das instituições públicas não financeiras”.
“A decomposição do crédito mostra que a componente em moeda nacional é a que tem estado a contribuir para o aumento do agregado total, tendo crescido 8,2 por cento, em termos anuais, num cenário em que os empréstimos em moeda estrangeira contraíram em 19,2 por cento, em termos anuais”, indica o relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação de Agosto.
O documento do banco central mostra que, “em Junho, a redução mensal do agregado total foi determinada pelo decréscimo da dívida das empresas públicas não financeiras e do sector privado, com impacto na melhoria do indicador de crédito mal parado que decresceu de 11,7 por cento, em Maio, para 10,6 por cento, em Junho”.
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