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terça-feira, 8 de outubro de 2019

Construtoras estrangeiras ficam com mais de metade dos biliões que serão investidos na Área 1 e 4

Foto da Presidência da RepúblicaDepois da Eni e da Anadarko terem entregue grande parte da construção das suas infra-estruturas de liquefação a empresas estrangeiras nesta terça-feira (08) a ExxonMobil também entregou as suas grandes obras a uma joint ventures de três construtoras que não são moçambicanas.

Com o Governo de Filipe Nyusi a adiar a Lei do Conteúdo Local, que poderia garantir às empresas de moçambicanos uma percentagem razoável nos negócios que já estão a ser feitos para a exploração do gás natural existente nas Áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma, as petrolíferas que lideram os Consórcios continuam a adjudicar as grandes obras a empresas estrangeiras.

Primeiro foi a petrolífera Eni a adjudicar a construção da fábrica flutuante de gás natural liquefeito (FLNG no acrónimo em língua inglesa) que irá extrair o gás existente no campo de Coral Sul, da Área 4, ao Consórcio formado pelas empresas Samsung Heavy Industries da Coreia do Sul, JGC do Japão e Technip FMC dos Estados Unidos da América e da França.

Depois a Anadarko adjudicou a construção das infra-estruturas para a liquefação do gás natural existentes na Área 1 às empresas Technip FMC e a Van Oord da Holanda.

Nesta terça-feira (08) a ExxonMobil entregou a construção das infra-estruturas que serão usada na extracção e liquefação dos 50 triliões de pés cúbicos de gás natural existentes no Campo Mamba ao Consórcio das empresas JGC, Technip FMC e a Flur dos Estados Unidos da América.

Em nenhum dos projectos foi revelado o montante dos contratos no entanto o @Verdade apurou, junto de especialistas do sector, que as infra-estruturas fundamentais para o processo de produção e liquefação do gás natural representam entre 60 a 80 por cento do investimento total de cada projecto.

As petrolíferas que lideram a exploração do gás natural em Moçambique tem prometido gastar entre 2 a 4 biliões de dólares norte-americanos com empresas moçambicanas, o que representa menos de 10 por cento de todo o investimento bilionário que está a ser feito em Cabo Delgado.

Relativamente a Lei do Conteúdo Local, em preparação desde 2007, vai continuar adiada pelo menos até um novo Governo entrar em funções e uma nova Assembleia da República iniciar a próxima Legislatura.

Por outro lado, enquanto o Executivo espera que sejam criados 19.500 postos de trabalho para moçambicanos durante os cinco anos de edificação do projecto da Área 1, o Governo do Estado Unidos da América prevê que só essa concessão criará 16.400 postos de trabalho para cidadãos do seu país.



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